Somos um partido de esquerda não marxista e continuaremos a sê-lo.
Passagens de Francisco Sá Carneiro
117 resultadosO nosso Povo tem sempre correspondido nas alturas de crise. As elites, as chamadas elites, é que quase sempre o traíram, e nós estamos a ver mais uma vez que o Povo Português foi defraudado da sua boa-fé.
O voto só é perfeitamente democrático se for livre e racional, o que supõe uma igualdade tendencial da informação e do poder económico e social dos eleitores e dos elegíveis.
A Justiça Social
O nosso objetivo prioritário para a prossecução da justiça social é a defesa, se possível, do aumento do poder de compra. Objetivo que, de resto, está em vias de concretização pela contenção da inflação, pela melhoria dos salários reais resultante da baixa do imposto profissional e da baixa do imposto complementar, visto que o passado provou bem que não é com aumentos nominais de salários, corroídos imediatamente pela inflação, que se aumenta o poder de compra.
Os problemas económicos são os que mais nos preocupam: o custo de vida, o desemprego, o bem-estar das pessoas. E também a eficácia administrativa, a organização do Estado no sentido da ordem democrática.
Pouco importa às pessoas saber que têm os direitos reconhecidos em princípio, se o exercício deles lhes é negado na prática.
O Povo está farto de desordem, de anarquia e de projectos utópicos que o matarão à míngua.
Democrata é aquele que pratica a democracia e não aquele que dela apenas se reinvindica.
O regime é liberal em economia, e autoritário e intervencionista em política.
Gosto demasiado da política para me candidatar à Presidência da República. Sou estruturalmente antipresidencialista e sempre entendi que, em democracia, a política deve ter no Parlamento a sua razão e o seu objectivo.
O bem comum é aquele que respeita ao conjunto das pessoas em relação, ou seja, aquilo que a todas é indispensável assegurar para que dada pessoa possa realizar-se na liberdade.
O que há é que impor uma disciplina de actuação do poder económico e dos investimentos, para que ele seja feito com proveito de todos nós e não apenas para os detentores desse poder.
É indispensável conciliar o liberalismo político com o intervencionismo social e económico.
É certo que somos muito propensos a personalizar as questões, o que inibe que elas sejam postas com a independência e a objectividade necessárias.
O valor essencial da liberdade sem a igualdade torna-se aristocrático privilégio de uns quantos.
Fartos da Demagogia e do Sectarismo
E os Portugueses? Fartos dos malabarismos que os partidos do poder fizeram para a ele se manterem agarrados, fartos da demagogia e do sectarismo, correspondem a esta crise política com uma atitude de profunda indiferença, que é altamente preocupante em democracia. (…) Face a esta crise nacional, face a um país angustiado, desagregado e à deriva, em que se fracionaram os sentidos de solidariedade e de interesse nacional para serem substituídos por uma política do salve-se quem puder, o Povo Português esperava que este debate lhe trouxesse finalmente uma esperança nova de ver os partidos discutirem aqui os verdadeiros problemas nacionais, de ver os partidos reconsiderarem aqui as suas posições, reconhecerem os seus erros, disporem-se a encetar vida nova.
Considero-me muito mais a pessoa que resolveu trabalhar ao nível da intervenção ética do que um político.
Quem quer constituir família procura casa e emprego e não os encontra. Os que trabalharam toda uma vida veem-se, no fim dela, condenados a morrer à míngua.
Sempre que há concentração de poderes abre-se a porta ao autoritarismo, precursor da ditadura, aniquiladora das liberdades.
Todos os políticos responsáveis sabem que não se pode prometer aos Portugueses senão tempos duros. E que se lhes não pode oferecer nada a curto prazo, excepto sacrifícios e trabalho paciente.