Falando do que não se conhece, acabamos por aprender.
Frases de Albert Camus
178 resultadosNenhum homem é hipócrita nos seus prazeres.
Raramente confiamos naqueles que são melhores do que nós.
Hoje, morreu mamãe. Ou talvez, ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentidos pêsames. Isto não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem.
Antes de deixar o escritório para almoçar, lavei as mãos. Ao meio-dia, isso me dá prazer. À tarde, nem tanto, porque a toalha que usamos está toda molhada: serviu durante todo o dia. Certa vez, fiz uma observação a esse respeito ao patrão. Respondeu-me que achava isto lamentável, mas que se tratava, ainda assim, de um detalhe sem importância.
A estupidez insiste sempre.
O homem cotidiano não gosta de demorar. Pelo contrário, tudo o apressa. Ao mesmo tempo, porém, nada lhe interessa além de si mesmo, principalmente aquilo que poderia ser.
Não se pode criar experiência. É preciso passar por ela.
Mas só há um mundo. A felicidade e o absurdo são dois filhos da mesma terra. São inseparáveis. O erro seria dizer que a felicidade nasce forçosamente da descoberta absurda. Acontece também que o sentimento do absurdo nasça da felicidade. “Acho que tudo está bem”, diz Édipo e essa frase é sagrada. Ressoa no universo altivo e limitado do homem. Ensina que nem tudo está perdido, que nem tudo foi esgotado. Expulsa deste mundo um deus que nele entrara com a insatisfação e o gosto das dores Inúteis. Faz do destino uma questão do homem, que deve ser tratado entre homens. Toda a alegria silenciosa de Sísifo aqui reside. O seu destino pertence-lhe.
Uma coisa apenas: essa densidade e essa estranheza do mundo, isto é o absurdo. (p. 29)
Exageramos sempre as coisas que não conhecemos.
Sem trabalho, toda vida apodrece. Mas, sob um trabalho sem alma a vida sufoca e morre.
A política e os destinos da humanidade são forjados por homens sem ideais nem grandeza. Aqueles que têm grandeza interior não se encaminham para a política.
Todo o cumprimento é uma sujeição. Obriga a um cumprimento maior.
Mas os meus escritos são as minhas horas de felicidade. Mesmo naquilo que eles tiverem de cruel. Preciso escrever assim como preciso de respirar, porque o corpo me exige.
O esforço para alcançar o topo é por si só suficiente para completar o coração do homem.
Certa manhã, após tantos desesperos, uma irreprimível vontade de viver virá anunciar-nos que tudo acabou e que o sofrimento não possui mais sentido do que a felicidade.
O movimento revolucionário, no final do século XIX e no começo do XX, viveu como os primeiros cristãos, à espera do fim do mundo e da Parusia do Cristo proletário.