(…) e não esquecer que a estrutura do átomo não é vista mas sabe-se dela. Sei de muita coisa que não vi.
Frases de Clarice Lispector
1187 resultados… a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio. (Dá-me a tua mão)
Quando estou sozinha procuro não pensar porque tenho medo de de repente pensar uma coisa nova demais para mim mesma
Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam. (A Hora da Estrela)
Minha pergunta, se havia, não era: que sou, mas entre quais eu sou.
Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada.
Sou sempre eu mesmo, mas com certeza não serei o mesmo pra sempre…
Eu presto atenção só por prestar atenção: no fundo eu não quero saber.
No acto de escrever eu atinjo aqui e agora o sonho mais secreto, aquele que eu não me lembro dele ao acordar. No que eu escrevo só me interessa encontrar meu timbre. Meu timbre de vida.
Essa conversa de que a pessoa só da valor quando perde não é verdadeira. Cada um sabe exatamente o que tem ao seu lado. O problema é ninguém acredita que um dia vai perder.
O medo sempre me guiou para o que eu quero. E porque eu quero, temo. Muitas vezes foi o medo que me tomou pela mão e me levou. O medo me leva ao perigo. E tudo o que eu amo é arriscado.
Vou tomar um banho antes de sair e perfumar-me com um perfume que é segredo meu. Só digo uma coisa dele: é agreste e um pouco áspero, com doçura escondida.
Que alívio! Felicidade, meu bem, é alívio…
Estou cansada da rotina de me ser.
Ainda não se cansara de existir e bastava-se tanto que às vezes, de grande felicidade, sentia a tristeza cobri-la como a sombra de um manto, deixando-a fresca e silenciosa como um entardecer. Ela nada esperava. Ela era em si, o próprio fim.
Borboleta é pétala que voa.
Eu me ultrapasso abdicando de mim e então sou o mundo: sigo a voz do mundo, eu mesma de súbito com voz única.
Ah viver é tão desconfortável. Tudo aperta: o corpo exige, o espírito não pára, viver parece ter sono e não poder dormir – viver é incómodo. Não se pode andar nu nem de corpo nem de espírito.
Me detesto. Felizmente os outros gostam de mim, é uma tranquilidade.
Sou um escritor enredado e perdido. Escrever é difícil porque toca nas raias do impossível.