Frases de Franz Kafka

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Frases de Franz Kafka. Conheça este e outros autores famosos em Poetris.

Queremos livros que nos afetem como um desastre. Um livro deve ser como um machado diante de um mar congelado em nós

Não existe nada a não ser um mundo espiritual; o que chamamos de mundo dos sentidos é o mal no mundo do espírito, e o que chamamos de mal, apenas a necessidade de um instante na nossa eterna evolução.

Ele devora os despojos que caem da própria mesa; sendo assim, na verdade, fica por algum tempo mais satisfeito que todos, mas esquece-se de comer à mesa; com isso, porém, deixam de cair no chão também os despojos.

A loucura em que tenho andado com raparigas apesar de todas as minhas dores de cabeça, insónias, cabelo grisalho, desespero. Vou contá-las: pelo menos seis desde o Verão. Não consigo resistir, se não cedo fico literalmente com a língua de fora, e admiro todas as que são admiráveis, e amo-as até acabar a admiração. Perante as seis a culpa que sinto é quase só interior, embora uma das seis se tivesse queixado de mim a uma pessoa.

Este dever inevitável de me observar a mim mesmo: se outra pessoa me estiver a observar, é natural que eu também tenha de me observar; se ninguém o faz, observo-me ainda mais de perto.

O facto de que não existe nada senão um mundo do espírito tira-nos a esperança e dá-nos a certeza.

Os esconderijos são inumeráveis, a salvação apenas uma, mas as possibilidades de salvação, por sua vez, são tantas quanto os esconderijos. Existe um objectivo, mas nenhum caminho; o que chamamos de caminho é hesitação.

Tudo é fantasia, a família, o escritório, os amigos, a rua, tudo fantasia, mais longe ou mais perto, a mulher; mas a verdade que está mais perto é só esta, é bater com a cabeça na parede de uma cela sem janelas e sem portas.

As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio.

Não descubro em mim nada a não ser mesquinhez, indecisão, inveja e ódio contra os que estão a lutar e a quem eu apaixonadamente desejo todo o mal.

Apenas se deveriam ler os livros que nos picam e que nos mordem. Se o livro que lemos não nos desperta como um murro no crânio, para quê lê-lo?

De alguma forma eu lutava contra sensações que continham pura abstração e nenhum gesto dirigido ao mundo atual.

Quem, dentro do mundo, ama o próximo, não está mais nem menos certo do que quem, dentro do mundo, se ama a si mesmo. Resta só a pergunta sobre se o primeiro deles é possível.

É possível que a razão e o desejo descubram primeiro aos meus olhos o perfil nú do futuro, e que eu de facto me mova passo a passo para este mesmo futuro apenas debaixo dos seus empurrões e dos seus golpes inexoráveis?

Os homens tornan-se maus e culpados porque falam e agem sem antever os resultados de suas palavras e atos.

A maneira boa, forte, com que o judaísmo separa as coisas. Há lá lugar para uma pessoa. A pessoa vê-se melhor, a pessoa julga-se melhor.

A criatura ineficaz, hesitante, frágil – um telegrama arrasa-o, uma carta leva-o logo a pôr-se de pé, reanima-o, o silêncio que se segue à carta lança-o para a apatia.