SĂł tu, meu bem, me arrebatas
A vontade, o pensamento;
Vivo de ver-te e de amar-te,
E detesto o fingimento.
Frases de Manuel Maria Barbosa du Bocage
30 resultadosMas, ah tirano Amor! Ou cedo ou tarde
É forçoso aos mortais sofrer teu jugo;
Amor, tu és um mal que fere a todos:
Longa experiĂŞncia contra ti nĂŁo vale,
Ou Virtude, ou RazĂŁo, sĂł vale a Morte.
Triste quem ama, cego quem se fia.
Tu, de quantos dragões o Inferno encerra,
És o pior, Inveja pestilente!
Morde a virtude, ao mérito faz guerra
Teu detestável, teu maligno dente.
Basta, cega paixĂŁo, loucos amores;
Esqueçam-se os prazeres de algum dia,
Tão belos, tão duráveis como as flores.
De Amor os gozos sĂŁo como o diamante,
Que, sem o engaste que tocar-lhe veda,
Perdera a polidez, perdera o brilho.
Nas paixões a razão nos desampara.
De quantas cores se matiza o Fado!
Nem sempre o homem ri, nem sempre chora,
Mal com bem, bem com mal Ă© temperado.
Morrer é pouco, é fácil; mas ter vida
Delirando de amor, sem fruto ardendo,
É padecer mil mortes, mil infernos.
Sacode o jugo, despedaça os ferros,
A vaidade te anime.
Quase tudo o que Ă© raro, estranho, ilustre,
Da vaidade procede,
Móvel primeiro das acções pasmosas.