O prazer é um produto corpóreo da imaginação.
Frases de Pedro Chagas Freitas
234 resultadosA falta de respeito é o problema do mundo. Respeito por mim, por ti, pelo cego que canta e pede esmola, pelo gato vadio que se atravessa numa estrada. Já não há respeito. Já não há respeito porque tudo deixou de nos dizer respeito. É tudo distante, é tudo lá – e nunca cá.
Abraçar é celebrar a humanidade. Abraçar vale mais do que amar. Abraçar é o amor que se ultrapassa. O amor que se transmuta.
É isso, ser-se bom e não ter medo em assumir-se como bom, o que mais faz falta ao mundo. Malta que se é. Malta que se diz boa – e que é mesmo boa. Malta que recusa a música do coitadinho – e que, por isso, sai do seu cantinho.
A felicidade é uma rotina que se repete sempre diferente. Não fecha os olhos, não imagina o que um dia foi nem o que um dia será. Limita-se a sentir, no corpo, aquilo que nem a alma consegue digerir. Limita-se a sentir. A vida resume-se a sentir.
A única doença é não haver paixão. (…) Se não houver paixão para que serve haver a vida?
Acredita: tudo é um vírus; pode até ter outro nome; mas: tudo o que passa de pessoa para pessoa é um vírus.
A felicidade é a possibilidade de Deus, não mais, a possibilidade de um milagre – é muito mais feliz a possibilidade de um milagre do que o próprio milagre; os milagres são uma seca, algo impossível acontecer não me excita minimamente, excita-me mais a tensão de um desafio, procurar superá-lo por mais improvável que pareça.
És a pessoa mais importante da tua vida. Só quando entenderes limpidamente isso – e agires em função desse entendimento – é que poderás estar à altura de seres a segunda pessoa mais importante da vida de alguém.
É o caminho que nos define, nunca o destino.
Ter medo de errar é um erro. É sempre um erro. E é o único erro que não tem perdão. Sou maravilhado por quem erra. Por quem sabe que, por fazer, por tentar, pode errar. E são as melhores pessoas, convence-te disso, quem mais erra.
Uma relação sem ciúme é uma ralação. Uma tremenda seca. Alguém que é capaz de se entregar a outro sem temer, nem por um segundo, que esse outro não o retribua só a si é alguém que não ama; é alguém, isso sim, que grama. Que grama estar acompanhado, que grama saber que tem alguém ao lado, que grama o conforto de uma relação. Mas quem grama não ama.
O segredo para fazermos o que queremos fazer e não conseguimos fazer é, quase sempre, deixarmos de querer fazer aquilo que queremos fazer.
Não há nada mais pérfido do que dinheiro fácil. Dinheiro fácil é difícil de engolir. O dinheiro é para ser difícil, é para custar a ganhar. É para obrigar a suar, a correr, a saltar – até a ganir se for preciso. O dinheiro é difícil para que tudo o resto – o que está para além do dinheiro (inclusivamente aquilo que o dinheiro é capaz de comprar) – seja mais fácil.
Sê incoerente. Porque a vida é incoerente. Porque se um dia acreditaste que o amor era para sempre e que a fidelidade era tudo o que fazia sentido noutro dia podes acreditar que o amor é aquilo que cada noite trouxer e que a fidelidade é aquilo que cada um quiser.
Quem consegue amar em duplicado não ama ninguém. Quem consegue dividir o amor não merece que me multiplique em nome dele.
Amar é estar, antes de mais nada amar é estar, é procurar nos momentos mais desprotegidos quem se ama e quem se ama estar lá.
É ele, o conforto, o que mais mata os humanos. Querer estar sempre bem. Não óptimos, não eufóricos, simplesmente bem. E ter um medo louco de estar mal, de doer. É a fuga constante ao que dói que mais magoa os humanos, que mais os vai afastando da vida.
A coragem é o lado heróico do amor, e imbecil também.
A morte obriga-te a perceber que para viver nada interessa, nada é importante. Excepto viver. A morte dá-te mais lições do que todos os professores do mundo juntos. A morte dá-te mais lições do que todos os livros do mundo juntos. E é bom que te sustentes na morte para viveres.