Frases sobre Próprio de Clarice Lispector

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Frases de próprio de Clarice Lispector. As mais belas frases e mensagens de Clarice Lispector para ler e compartilhar.

Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e auto-risco. Eu não faço literatura: eu apenas vivo ao correr do tempo. O resultado fatal de eu viver é o acto de escrever.

Ainda não se cansara de existir e bastava-se tanto que às vezes, de grande felicidade, sentia a tristeza cobri-la como a sombra de um manto, deixando-a fresca e silenciosa como um entardecer. Ela nada esperava. Ela era em si, o próprio fim.

Até cortar os meus próprios defeitos é perigoso, nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou alguém mais forte. Muitas vezes a vontade imensa de pertencer vem em mim de minha própria força – eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa.

Deus, o que nos prometei em troca de morrer? Pois o céu e o inferno nós já os conhecemos – cada um de nós em segredo quase de sonho já viveu um pouco do próprio apocalipse. E a própria morte.

Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. Viver é uma espécie de loucura que a morte faz.

O personagem «leitor» é um personagem curioso, estranho. Ao mesmo tempo que inteiramente individual e com reacções próprias, é tão terrivelmente ligado ao escritor que na verdade ele, o leitor, é o escritor.

O horrível dever é ir até o fim. E sem contar com ninguém. Viver a própria realidade. Descobrir a verdade. […] Pois não posso mais carregar as dores do mundo.

É determinismo, sim. Mas seguindo o próprio determinismo é que se é livre. Prisão seria seguir um destino que não fosse o próprio. Há uma grande liberdade em se ter um destino. Este é o nosso livre-arbítrio.

Em cada palavra pulsa um coração. Escrever é a tal procura de íntima veracidade de vida. Vida que me perturba e deixa o meu próprio coração trémulo sofrendo a incalculável dor que parece ser necessária ao meu amadurecimento – amadurecimento? Até agora vivi sem ele!

Em mim, tudo o que eu superpusera ao inextricável de mim, mais que atenção à vida, era o próprio processo de vida em mim.

Fixo instantes súbitos que trazem em si a própria morte e outros nascem – fixo os instantes de metamorfose e é de terrível beleza a sua sequência e concomitância.