Cada novo conhecimento que se faz produz desagregação e nova integração.
Passagens de Hugo von Hofmannsthal
116 resultadosConsistência Irreal
A principal diferença entre as pessoas reais e as figuras inventadas pelos escritores é a que resulta do facto de estes fazerem todos os esforços para darem às figuras coerência e unidade interior, ao passo que as pessoas vivas podem ir, na incoerência, até ao extremo, dado que o físico lhes mantém a consistência.
Ao dizer algo de condensado sobre a realidade, aproximamo-nos já do sonho, ou antes, da poesia.
O génio estabelece o acordo entre o mundo em que vive e o mundo que nele vive.
A experiência deve ser avaliada duplamente, conforme faz subir a consciência do próprio valor ou em que medida a faz baixar.
Os carácteres simples, não os complexos, são difíceis de entender.
Há nos homens, em igual medida, tanto uma inércia incompreensível como uma actividade nociva no momento impróprio e no local impróprio.
Carácteres sem acção são frouxos, acções sem carácteres são cegos.
A alma inteira nunca está concentrada, a não ser no êxtase.
Não há nada mais raro no mundo que a vontade; e, no entanto, a escassa porção de vontade que é concedida aos homens chega para virar todos os seus juízos.
O espírito são procura o real, o espírito insano agarra-se ao irreal.
A vaidade encontra-se tanto no ponto de partida como no objectivo proposto.
Tudo aquilo em que se acredita existe, é só isso.
O Íntimo e o Vulgar
A vergonha que leva uma pessoa a não querer falar a ninguém das suas relações mais íntimas é uma auto-advertência do espírito; em cada confissão, em cada descrição, facilmente a distorção se insinua e o que é mais delicado e indizível transforma-se num instante em algo vulgar.
Qualquer novo conhecimento provoca dissoluções e novas integrações.
Os Méritos Invisíveis
Há certos méritos em nós que nunca, como resultado de uma obra produzida, a nós próprios saltam à vista, nem mesmo na reacção do mundo se tornam perceptíveis; e, no entanto, são esses os mais valiosos e o tomar consciências deles levaria o nosso sangue a correr mais leve: captar e devolver essas radiações constitui a mais delicada tarefa da amizade.
Nada é Impossível nas Relações Humanas
Observando o decorrer do tempo, nada, afinal, se considera impossível no que concerne às relações humanas: nenhuma transformação, nenhum retrocesso, nenhuma contradição em si mesma. O que mantém tudo junto, o estado humano normal, que em tudo se pode encontrar, é de longe aquilo que é mais forte.
É preciso fazer um esforço para deixar de sentir o presente, como na música para deixar de ouvir o timbre dos instrumentos.
Quem não considera a vida de sociedade apenas como simbólica está enganado.
Amor-próprio e ódio a si próprio são as mais profundas das forças produtivas terrenas.