Passagens sobre Maternidade

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O Declínio da Natalidade

A mudança de relações entre pais e filhos é um exemplo típico da expansão geral da democracia. Os pais já não estão muito seguros dos seus direitos sobre os filhos, os filhos já não sentem que devem respeito aos pais. A virtude da obediência, que era outrora exigida sem discussão, passou de moda e com certa razão.
A psicanálise aterrorizou os pais cultos com o medo de causarem, sem querer, mal aos filhos. Se os beijam, podem provocar o complexo de Édipo; se não os beijam, podem provocar crises de ciúmes. Se os repreeendem em qualquer coisa, podem fazer nascer neles o sentimento do pecado; se não o fazem, os filhos adquirem hábitos que os pais consideram indesejáveis. Quando vêem as crianças a chupar no polegar, tiram disso toda a espécie de conclusões terríveis, mas não sabem o que fazer para o evitar. O uso dos direitos dos pais que era antigamente uma manifestação triunfante da autoridade, tornou-se tímido, receoso e cheio de escrúpulos.

Perderam-se as antigas alegrias simples e isto é tanto mais grave quanto é certo que, devido à nova liberdade das mulheres solteiras, a mãe tem de fazer muito mais sacrifícios do que antigamente ao optar pela maternidade.

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Maternidade e paternidade são dons de Deus, mas aceitar o dom, maravilhar-se com a sua beleza e fazê-lo resplandecer na sociedade, isso é a missão dos pais.

As Palavras não Servem para Nada

Foi quando aprendi que as palavras não servem para nada; que as palavras nunca se adaptam nem mesmo ao que elas querem dizer. Quando ele nasceu compreendi que a maternidade foi inventada por alguém que tinha de arranjar uma palavra para isso, porque as que tinham os filhos não queriam saber se havia ou não uma palavra para isso. Compreendi que o medo foi inventado por alguém que nunca tinha tido medo; o orgulho, por quem nunca tinha sentido orgulho.

Num mundo que parece órfão, difundamos a esperança de uma maternidade contagiosa que acarreie acolhimento, ternura e perdão.

Uma igreja sem as mulheres é como o Colégio Apostólico sem Maria. O papel das mulheres  na Igreja não é apenas a maternidade; é mais forte; é mesmo o ícone da Virgem, de Nossa Senhora é mais importante do que os Apóstolos! A igreja é feminina: é esposa, é mãe, é mestra.

Aliás uma pergunta que me fez: o que mais me importava – se a maternidade ou a literatura. O modo imediato de saber a resposta foi eu me perguntar: se tivesse de escolher uma delas, que escolheria? A resposta era simples: eu desistiria da literatura. Nem tem dúvida que como mãe sou mais importante do que como escritora.

Gazel da Paciente Espera

Para Regina Célia Colónia

Quanto te esperei
nas portas do dia
e te esperei
quando a terra nascia:
o espírito metáfora
boiava.

E te esperava
mas nenhuma nebulosa
te envolvia e nenhum
peixe era tu e nenhuma
circular água apascentava
esta maternidade.

Te esperava
e o dia voltava
e vinha
e nas portas
o relógio de sinais
rangia.

E te esperava,
ave lua
ovelha de tuas mãos
a noite.
Te esperava
porque as palavras
as palavras
batem à porta
e se abrem.

E   te   esperarei
a   vida   repleta
e a morte.

Depois na eternidade
recomeço.

A Maternidade não me Aborrece

A maternidade não me aborrece e devo afirmar até que, dada a influência determinante de minha mãe, em mim, sou uma pessoa marcada pelo signo materno. Tenho um apreço muito especial pela maternidade. Só que à mulher não compete apenas uma maternidade de tipo fisiológico. Cabe-lhe ultrapassar esse aspecto na medida em que pode conquistar uma sabedoria de tipo maternal para intervir no mundo, e orientá-lo. Um mundo onde só o homem tem a palavra, palavra essa que é origem de tantos desmandos, guerras, conflitos e soluções precárias de carácter económico e social.
Estruturalmente, a mulher é avessa, alérgica à ideia de guerra e de conflito. A sua própria experiência maternal a predispõe contra a guerra. Dá vida mas não gosta de contribuir para a sua destruição. É por uma actuação pacífica.