O PrestĂ­gio Ă© Sempre Enganador

Tendo a generalidade das opiniÔes que a educação nos inculca, unicamente a educação por base, facilmente nos habituamos a admitir, com prontidão, um conceito defendido por um personagem aureolado de prestígio.
Sobre os assuntos técnicos da nossa profissão, somos capazes de formular conceitos muito seguros; mas, no tocante ao resto, não procuramos sequer raciocinar, preferindo admitir, com os olhos fechados, as opiniÔes que nos são impostas por um personagem ou um grupo dotado de prestígio.
De facto, quer se seja estadista, artista, escritor ou sĂĄbio, o destino depende, sobretudo, da quantidade de prestĂ­gio que se possui e, por conseguinte, do grau de sugestĂŁo inconsciente que se pode criar. O que determina o ĂȘxito de um homem Ă© a dominação mental que ele exerce. O completo imbecil, entretanto, alcança ĂȘxito, algumas vezes, porquanto, nĂŁo tendo consciĂȘncia da sua imbecilidade, jamais hesita em afirmar com autoridade. Ora, a afirmação enĂ©rgica e repetida possui prestĂ­gio. O mais vulgar dos «camelos», quando energicamente afirma a imaginĂĄria superioridade de um produto, exerce prestĂ­gio na multidĂŁo que o circunda.
(…) Mesmo entre sĂĄbios eminentes, o prestĂ­gio Ă©, muitas vezes, um dos factores mais certos de uma convicção. Para os espĂ­ritos ordinĂĄrios, ele o Ă© sempre.

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