Passagens sobre Potência

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Só quando se suprimir a guerra, se conseguirá também realizar a educação da juventude no espírito de conciliação, de alegre afirmação da vida e de amor para com todos os seres vivos. Nem é de desejar que, precisamente os moços mais valorosos, sejam entregues à destruição, levada a cabo pela engrenagem, atrás da qual se erguem três potências formidáveis: a estupidez, o medo e a avidez.

Uma das potências da alma é o entendimento, o qual nunca aumenta e cresce, senão quando já desfalece o corpo; amostra desta verdade é a experiência, pois nunca os homens se vêem mais avultados no entendimento, senão quando muito crescidos nos anos, e para se aumentar aquela potência da alma, parece que com os muitos anos necessariamente se hão-de desfazer as forças do corpo.

O espírito é uma potência ligada ao corpo, porque por si só não pode se sustentar. A alma quer estar com o seu corpo, porque sem os órgãos de seu corpo, nada pode ver, nem sentir.

Liberdade Absoluta e Necessidade Absoluta são Idênticas

Quem meditou sobre a liberdade e a necessidade descobriu por si que estes princípios têm se ser unificados no Absoluto – a liberdade porque o Absoluto age por potência autónoma incondicionada, a necessidade porque, justamente por isso, ele só age em conformidade com as leis do seu ser, com a necessidade interior da sua essência. Nele não há mais nenhuma vontade, que poderia afastar-se de uma lei, mas também nenhuma lei mais, que ele não desse a si mesmo apenas por suas acções, nenhuma lei que, independentemente de suas acções, tivesse realidade. Liberdade absoluta e necessidade absoluta são idênticas.

A Morte, Que Da Vida O Nó Desata

A Morte, que da vida o nó desata,
os nós, que dá o Amor, cortar quisera
na Ausência, que é contr’ ele espada fera,
e co Tempo, que tudo desbarata.

Duas contrárias, que üa a outra mata,
a Morte contra o Amor ajunta e altera:
üa é Razão contra a Fortuna austera,
outra, contra a Razão, Fortuna ingrata.

Mas mostre a sua imperial potência
a Morte em apartar dum corpo a alma,
duas num corpo o Amor ajunte e una;

porque assi leve triunfante a palma,
Amor da Morte, apesar da Ausência,
do Tempo, da Razão e da Fortuna.

O Tabu e a Metáfora

A metáfora é provavelmente a potência mais fértil que o homem possui. A sua eficiência chega a raiar os confins da taumaturgia e parece uma ferramenta de criação que Deus deixou esquecida dentro de uma das suas criaturas na ocasião em que a formou, como o cirurgião distraído deixa um instrumento no ventre do operado.
Todas as demais potências nos mantêm inscritos no interior do real, do que já é. O mais que podemos fazer é somar ou subtrair as coisas entre si. Só a metáfora nos facilita a evasão e cria entre as coisas reais recifes imaginários, floração de leves ilhas.
É verdadeiramente estranha a existência no homem desta actividade mental que consiste em substituir uma coisa por outra, não tanto no esforço de chegar à segunda como no intento de esquivar a primeira. A metáfora escamoteia um objecto mascarando-o por meio de outro, e não teria sentido se não víssemos nela um instinto que induz o homem a evitar as realidades.
Ao interrogar-se sobre qual poderia ser a origem da metáfora, um psicólogo recentemente descobriu, surpreendido, que uma das suas raízes se encontra no espírito do tabu. Houve uma época em que o medo foi a máxima inspiração humana,

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A Guerra como um Erro Incompreensível dos Antepassados

Tudo leva a crer que os estadistas actuais pretendem, na realidade, o objectivo de estabelecer uma paz duradoura. Mas o aumento incessante do armamento mostra com demasiada clareza que não poderão fazer frente às potências inimigas, que os impelem à preparação da guerra. A meu ver, a salvação só poderá vir da alma dos povos. Terão de se declarar decididamente pelo desarmamento completo, pois enquanto houver exércitos, qualquer conflito mais grave conduzirá à guerra. O pacifismo que não repudiar activamente o armamento dos Estados, é e será sempre impotente.
Que a consciência e o bom-senso dos povos despertem, para que possamos atingir um novo escalão na vida dos povos, do alto da qual a guerra pareça um erro incompreensível dos antepassados.

O simples facto de rir alto dá-vos uma superioridade assegurada em relação a todos os presentes ou circunstantes, sem excepção. Terrível e awful é a potência do riso: quem tem a coragem de rir é senhor dos outros, do mesmo modo como quem tem a coragem de morrer.

O Prestígio é Sempre Enganador

Tendo a generalidade das opiniões que a educação nos inculca, unicamente a educação por base, facilmente nos habituamos a admitir, com prontidão, um conceito defendido por um personagem aureolado de prestígio.
Sobre os assuntos técnicos da nossa profissão, somos capazes de formular conceitos muito seguros; mas, no tocante ao resto, não procuramos sequer raciocinar, preferindo admitir, com os olhos fechados, as opiniões que nos são impostas por um personagem ou um grupo dotado de prestígio.
De facto, quer se seja estadista, artista, escritor ou sábio, o destino depende, sobretudo, da quantidade de prestígio que se possui e, por conseguinte, do grau de sugestão inconsciente que se pode criar. O que determina o êxito de um homem é a dominação mental que ele exerce. O completo imbecil, entretanto, alcança êxito, algumas vezes, porquanto, não tendo consciência da sua imbecilidade, jamais hesita em afirmar com autoridade. Ora, a afirmação enérgica e repetida possui prestígio. O mais vulgar dos «camelos», quando energicamente afirma a imaginária superioridade de um produto, exerce prestígio na multidão que o circunda.
(…) Mesmo entre sábios eminentes, o prestígio é, muitas vezes, um dos factores mais certos de uma convicção. Para os espíritos ordinários, ele o é sempre.

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Estamos a Cair na Mediocridade Governativa

Estamos a cair na mediocridade porque estamos muito subservientes aos padrões de eficácia e da racionalidade europeia. Os tempos festivos da revolução passaram. Teriam naturalmente que passar, mas aplica-se a terapêutica da racionalização tecnocrática e isso mata o sonho. Devia haver outras vias. Vias apropriadas àquilo que somos. Não somos um País de grandes voos capitalistas. Se o quisermos ser caímos, inexoravelmente, nas garras do monopolismo. Portanto, devíamos cultivar as pequenas e médias empresas. Esta devia ser a lógica da economia portuguesa. Devia dar-se grande valor às pequenas e médias empresas e realmente deixarmo-nos de ambições que nos alcem aos grandes padrões europeus.

(…) Os (partidos políticos têm) os mesmos defeitos e algumas qualidades em comum. Evidentemente que os partidos são um defeito necessário, porque dividem, mas é uma divisão necessária para agrupar, para reunir a ideia da democracia parlamentar que temos. Agora, o erro das pessoas é adorná-los com méritos extraordinários, porque isso faz-nos cair numa partidolatria, imprópria de espíritos livres! Não penso que a nossa classe política seja pior do que a classe política de outros países. Ponhamos as coisas neste pé: as minhas exigências estéticas e éticas não tornam muito fáceis as minhas relações com a classe política.

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Liberdade de Imprensa

A imprensa é uma grande potência, mas como uma torrente em fúria submerge a planície e devasta as colheitas, da mesma forma uma pena sem controle serve para destruir. Se o controle vem do exterior, o efeito é ainda mais nocivo do que a falta de controle; só pode ser aproveitável se for exercido interiormente.

A Ideia de Moral Universal

Muito antes de o homem estar maduro para ser confrontado com uma atitude moral universal, o medo dos perigos da vida levaram-no a atribuir a vários seres imaginários, não palpáveis fisicamente, o poder de libertar as forças naturais que temia ou talvez desejasse. E ele acreditava que esses seres, que dominavam toda a sua imaginação, eram feitos fisicamente à sua imagem, mas eram dotados de poderes sobre-humanos. Estes foram os precursores primitivos da ideia de Deus. Nascidos inicialmente dos medos que enchiam a vida diária dos homens, a crença na existência de tais seres, e nos seus poderes extraordinários, teve uma influência tão forte nos homens e na sua conduta que é difícil de imaginar por nós. Por isso, não surpreende que aqueles que se empenharam em estabelecer a ideia de moral, abarcando igualmente todos os homens, o tenham feito associando-a intimamente à religião. E o facto de estas pretensões morais serem as mesmas para todos os homens pode ter tido muito a ver com o desenvolvimento da cultura religiosa da espécie humana desde o politeísmo até ao monoteísmo.
A ideia de moral universal deve, assim, a sua potência psicológica original àquela ligação com a religião. No entanto, noutro sentido,

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A Causa da Vontade

A nossa vida não passaria de uma série de caprichos, se a nossa vontade se determinasse por si mesma e sem motivos. Não temos vontade que não seja produzida por alguma reflexão ou por alguma paixão. Quando levanto a mão, é para fazer uma experiência com a minha liberdade ou por alguma outra razão. Quando me propõem um jogo de escolha entre par ou ímpar, durante o tempo em que as ideias de um e de outro se sucedem no meu espírito com rapidez, mescladas de esperança e temor, se escolho par, é porque a necessidade de fazer uma escolha se apresenta ao meu pensamento no momento em que par está aí presente. Proponha-se o exemplo que se quiser, demonstrarei a qualquer homem de boa-fé que não temos nenhuma vontade que não seja precedida por algum sentimento ou por algum arrazoado que a faz nascer. É verdade que a vontade tem também o poder de excitar as nossas ideias; mas é necessário que ela própria seja antes determinada por alguma causa.
A vontade não é nunca o primeiro princípio das nossas acções, ela é o seu último móbil; é o ponteiro que marca as horas num relógio e que o leva a dar as pancadas sonoras.

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O que nós hoje vemos numa literatura moderna e apressada é uma multiplicação elevada à sétima potência por muitos autores oportunistas, em trabalhos repetitivos da violência pela violência e da pornografia pela pornografia, apenas por estar em moda e de ser de rentabilidade fácil.