Passagens sobre Queijo

14 resultados
Frases sobre queijo, poemas sobre queijo e outras passagens sobre queijo para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

O Preço do Amor

Não é fácil estar apaixonado por uma mulher e fazer alguma coisa de jeito. És devorado pela ansiedade. Não convém deixares-te embeiçar por uma mulher que se mostre difícil de conquistar, isso e como passar o resto da vida a tentar escalar o Everest. Escolhe uma mulher que possas conservar sem muito esforço. Quanto a mulheres boas, podemos comprá-las. Por meia dúzia de euros, arranjas uma russa de dezoito anos, dessas que nem nos filmes se veem. Fodes, pagas e regressas a casa para jantar com a família, com a tua mulher, que cozinha bem e fode mal, mas que não lhe passa pela cabeça separar-se de ti, entre outras coisas porque ninguém a olha com particular interesse. Ela vai às reuniões de pais na escola, controla as AMPAS, as APLAS, todas essas associações que nem sei como se chamam, esses serviços, esse jargão, esse lixo social-democrata que os do PP copiam com entusiasmo porque soa a família moderna e feliz, e também um pouco a Opus Dei, e mete os miúdos na ordem e sabe escolher o detergente mais eficaz no Mercadona e o melhor queijo e o melhor foie gras de fabrico próprio da charcutaria. Passa-te as camisas a ferro e cose-te os botões.

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Na Arca Aberta, o Justo Peca

Na arca aberta o justo peca,
não em canastra fechada;
mas vós da minha coitada
fechada a fazeis caneca:
vindes lá de seca e meca
com tal pressa e furor tal,
que fazeis, para meu mal,
com mau termo e ruim modo,
do meu queijo lama e lodo,
e do meu pão cinza e sal.

Quando as peras me levais,
então para peras levo,
pois vos pago o que não devo,
e vós rindo vos ficais:
se pêra flamenga achais
a comeis em português,
e me fazeis d’essa vez,
com estrondo e com arenga,
os narizes á flamenga
muito mal em que me pez.

Não vos escapam por pés
minhas cerejas bicais,
nem as ginjas garrafais,
se as tenho alguma vez:
porque mal, em que me pez,
como cerejas se vão
pelos pés á vossa mão
e da vossa mão á minha,
a cereja é marouvinha
as ginjas galegas são.

Passa hoje por lebre o gato,
por perdiz passa o francelho
por capão o galo velho,

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A Meu Pai Depois De Morto

Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra.
Em seus lábios que os meus lábios osculam
Micro-organismos fúnebres pululam
Numa fermentação gorda de cidra.

Duras leis as que os homens e a hórrida hidra
A uma só lei biológica vinculam,
E a marcha das moléculas regulam,
Com a invariabilidade da clepsidra!…

Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos
Roída toda de bichos, como os queijos
Sobre a mesa de orgíacos festins!…

Amo meu Pai na atômica desordem
Entre as bocas necrófagas que o mordem
E a terra infecta que lhe cobre os rins!

Desporto e Pedagogia

I

Diz ele que não sei ler
Isso que tem? Cá na aldeia
Não se arranjam dúzia e meia
Que saibam ler e escrever.

II

P’ra escolas não há bairrismo,
Não há amor nem dinheiro.
Por quê? Porque estão primeiro
O Futebol e o Ciclismo!

III

Desporto e pedagogia
Se os juntassem, como irmãos,
Esse conjunto daria,
Verdadeiros cidadãos!
Assim, sem darem as mãos,
O que um faz, outro atrofia.

IV

Da educação desportiva,
Que nos prepara p’ra vida,
Fizeram luta renhida
Sem nada de educativa.

V

E o povo, espectador em altos gritos,
Provoca, gesticula, a direito e torto,
Crendo assim defender seus favoritos
Sem lhe importar saber o que é desporto.

VI

Interessa é ganhar de qualquer maneira.
Enquanto em campo o dever se atropela,
Faz-se outro jogo lá na bilheiteira,
Que enche os bolsinhos aos que vivem dela.

VII

Convém manter o Zé bem distraído
Enquanto ele se entrega à diversão,

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LXVII

Não te cases com Gil, bela serrana;
Que é um vil, um infame, um desastrado;
Bem que ele tenha mais devesa, e gado,
A minha condição é mais humana.

Que mais te pode dar sua cabana,
Que eu aqui te não tenha aparelhado?
O leite, a fruta, o queijo, o mel dourado;
Tudo aqui acharás nesta choupana:

Bem que ele tange o seu rabil grosseiro,
Bem que te louve assim, bem que te adore,
Eu sou mais extremoso, e verdadeiro.

Eu tenho mais razão, que te enamore:
E se não, diga o mesmo Gil vaqueiro:
Se é mais, que ele te cante, ou que eu te chore.