Passagens sobre Seios

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Frases sobre seios, poemas sobre seios e outras passagens sobre seios para ler e compartilhar. Leia as melhores citaçÔes em Poetris.

Noites Amadas

Ó noites claras de lua cheia!
Em vosso seio, noites chorosas,
Minh’alma canta como a sereia,
Vive cantando n’um mar de rosas;

Noites queridas que Deus prateia
Com a luz dos sonhos das nebulosas,
Ó noites claras de lua cheia,
Como eu vos amo, noites formosas!

VĂłs sois um rio de luz sagrada
Onde, sonhando, passa embalada
Minha Esperança de mĂĄgoas nua…

Ó noites claras de lua plena
Que encheis a terra de paz serena,
Como eu vos amo, noites de lua!

MĂŁos

V

Ó MĂŁos ebĂșrneas, MĂŁos de claros veios,
Esquisitas tulipas delicadas,
LĂąnguidas MĂŁos sutis e abandonadas,
Finas e brancas, no esplendor dos seios.

Mãos etéricas, diåfanas, de enleios,
De eflĂșvios e de graças perfumadas,
RelĂ­quias imortais de eras sagradas
De amigos templos de relĂ­quias cheios.
MĂŁos onde vagam todos os segredos,
Onde dos ciĂșmes tenebrosos, tredos,
Circula o sangue apaixonado e forte.

Mãos que eu amei, no féretro medonho
Frias, jĂĄ murchas, na fluidez do Sonho,
Nos mistérios simbólicos da Morte!

No Seio Da Terra

Do pélago dos pélagos sombrios,
CĂĄ do seio da Terra, olhando as vidas,
Escuto o murmurar de almas perdidas,
Como o secreto murmurar dos rios.

Trazem-me os ventos negros calafrios
E os loluços das almas doloridas
Que tĂȘm sede das terras prometidas
E morrem como abutres erradios.

As Ăąnsias sobem, as tremendas Ăąnsias!
Velhices, mocidades e as infĂąncias
Humansa entre a Dor se despedaçam…

Mas, sobre tantos convulsivos gritos,
Passam horas, espaços, infinitos,
Esferas, geraçÔes, sonhando, passam!

Incensos

Dentre o chorar dos trĂȘmulos violinos,
Por entre os sons dos órgãos soluçantes
Sobem nas catedrais os neblinantes
Incensos vagos, que recordam hinos…

Rolos d’incensos alvadios, finos
E transparentes, fulgidos, radiantes,
Que elevam-se aos espaços, ondulantes,
Em Quimeras e Sonhos diamantinos.

Relembrando turĂ­bulos de prata
Incensos aromĂĄticos desata
Teu corpo ebĂșrneo, de sedosos flancos.

Claros incensos imortais que exalam,
Que lĂąnguidas e lĂ­mpidas trescalam
As luas virgens dos teus seios brancos.

Moças na Praia

Nem sombra de mangas penugem
sol talvez a asa de uma andorinha

(a ferir guitarra). Brilhando

no meio dos peixes as pernas folhas
que a noite aconchegou. A distĂąncia

(ao vivo) entre a humidade e o

desejo inapreensĂ­vel. Os seios
(o alvo) rumor de bebidas no parque

Ă  espera do conhecimento hora e corpo

(os corpos) a crescerem maduros
contra a morte.

Amor Algébrico

Acabo de estudar – da ciĂȘncia fria e vĂŁ,
O gelo, o gelo atroz me gela ainda a mente,
Acabo de arrancar a fronte minha ardente
Das påginas cruéis de um livro de Bertrand.

Bem triste e bem cruel decerto foi o ente
Que este Saara atroz – sem aura, sem manhĂŁ,
A Álgebra criou – a mente, a alma mais sĂŁ
Nela vacila e cai, sem um sonho virente.

Acabo de estudar e pĂĄlido, cansado,
Dumas dez equaçÔes os véus hei arancado,
Estou cheio de spleen, cheio de tédio e giz.

É tempo, Ă© tempo pois de, trĂȘmulo e amoroso,
Ir dela descansar no seio venturoso
E achar do seu olhar o luminoso X.

A Caridade

Ela tinha no rosto uma expressĂŁo tĂŁo calma
Como o sono inocente e primeiro de uma alma
Donde nĂŁo se afastou ainda o olhar de Deus;
Uma serena graça, uma graça dos céus* *,
Era-lhe o casto, o brando, o delicado andar,
E nas asas da brisa iam-lhe a ondear
Sobre o gracioso colo as delicadas tranças.

Levava pela mão duas gentis crianças.

Ia caminho. A um lado ouve magoado pranto.
Parou. E na ansiedade ainda o mesmo encanto
Descia-lhe às feiçÔes. Procurou. Na calçada
À chuva, ao ar, ao sol, despida, abandonada
A infĂąncia lacrimosa, a infĂąncia desvalida,
Pedia leito e pĂŁo, amparo, amor, guarida.

E tu, Ăł Caridade, Ăł virgem do Senhor,
No amoroso seio as crianças tomaste,
E entre beijos – só teus — o pranto lhes secaste
Dando-lhes leito e pĂŁo, guarida e amor.

Liberta em Pedra

Livre, liberta em pedra.
Até onde couber
tudo o que Ă© dor maior,
por dentro da harmonia jacente,
aguda, fria, atroz,
de cada dia.

Não importam feiçÔes,
curvas de seios e ancas,
pés erectos à luz
e brancas, brancas, brancas,
as mĂŁos.

Importa a liberdade
de nĂŁo ceder Ă  vida,
um segundo sequer.

Ser de pedra por fora
e sĂł por dentro ser.
– Falavas? NĂŁo ouvi.
– Beijavas? NĂŁo senti.
Morreram? Ah! Morri, morri, morri!

Livre, liberta em pedra,
voltada para a luz
e para o mar azul
e para o mar revolto…
E fugir pela noite,
sem corpo, nem dinheiro,
para ler os meus santos
e os meus aventureiros,
(para ser dos meus santos,
dos meus aventureiros),
filĂłsofos e nautas,
de tantos nevoeiros.

Entre o peso das salas,
da mĂșsica concreta,
de espantalhos de deuses,
que farĂĄ o Poeta?

Desafogo

Onde estĂĄs, oh FilĂłsofo indefesso
Pio sequaz da rĂ­gida Virtude,
TĂŁo terna a alheios, quanto a si severa?
Com que mĂĄgoa, com que ira olharas hoje
Desprezada dos homens, e esquecida
Aquela Ăąnsia, que em nĂłs pousou Natura
No ñmago do peito, — de acudir-nos
Co’as forças, c’o talento, co’as riquezas
À pena, ao desamparo do homem justo!
Que (baldĂŁo da fortuna inĂ­qua) os Deuses
Puseram para símbolo do esforço,
Lutando a braços c’o ĂĄspero infortĂșnio?
Pedra de toque em que luzisse o ouro
De sua alma viril, onde encravassem
Seus farpÔes mais agudos as Desgraças,
E os peitos de virtude generosa
Desferissem poderes de ĂĄrduo auxĂ­lio?
Que nunca os homens sĂŁo mais sobre-humanos
Mais comparados c’os sublimes Numes,
Que quando acodem com socorro activo,
NĂŁo manchado de sĂłrdido interesse,
Nem do fumo de frĂ­vola ufania;
Ou cheios de valor e de constĂąncia
Arrostam co’a medonha catadura
Da Desgraça, que apura iradas mågoas
Na casa nua do varĂŁo honesto.
Mas Grécia e Roma hå muito que acabaram;
E as cinzas dos HerĂłis fortes e humanos,

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O Segredo de Salvar-me Pelo Amor

Quem hĂĄ aĂ­ que possa o cĂĄlix
De meus lĂĄbios apartar?
Quem, nesta vida de penas,
PoderĂĄ mudar as cenas
Que ninguém pÎde mudar ?

Quem possui na alma o segredo
De salvar-me pelo amor?
Quem me darĂĄ gota de ĂĄgua
Nesta angustiosa frĂĄgua
De um deserto abrasador?

Se alguém existe na terra
Que tanto possa, és tu só!
Tu sĂł, mulher, que eu adoro,
Quando a Deus piedade imploro,
E a ti peço amor e dó.

Se soubesses que tristeza
Enluta meu coração,
Terias nobre vaidade
Em me dar felicidade,
Que eu busquei no mundo em vĂŁo.

Busquei-a em tudo na terra,
Tudo na terra mentiu!
Essa estrela carinhosa
Que luz Ă  infĂąncia ditosa
Para mim nunca luziu.

Infeliz desde criança
Nem me foi risonha a fé;
Quando a terra nos maltrata,
Caprichosa, acerba e ingrata,
Céu e esperança nada é.

Pois a ventura busquei-a
No vivo anseio do amor,
Era ardente a minha alma;
Conquistei mais de uma palma
À custa de muita dor.

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A Tua Voz de Primavera

Manto de seda azul, o céu reflete
Quanta alegria na minha alma vai!
Tenho os meus lĂĄbios Ășmidos: tomai
A flor e o mel que a vida nos promete!

Sinfonia de luz meu corpo nĂŁo repete
O ritmo e a cor dum mesmo desejo… olhai!
Iguala o sol que sempre Ă s ondas cai,
Sem que a visĂŁo dos poentes se complete!

Meus pequeninos seios cor-de-rosa,
Se os roça ou prende a tua mão nervosa,
TĂȘm a firmeza elĂĄstica dos gamos…

Para os teus beijos, sensual, flori!
E amendoeira em flor, só ofereço os ramos,
SĂł me exalto e sou linda para ti!

Marat

Foia a alma cruel das barricadas!…
Misto de luz e lama!… se ele ria,
As pĂșrpuras gelavam-se e rangia
Mais de um trono, se dava gargalhadas!…

FanĂĄtico da luz… porĂ©m seguia
Do crime as torvas, lĂ­vidas pisadas.
Armava, à noite, aos coraçÔes ciladas,
Batia o despotismo Ă  luz do dia.

No seu cérebro tremente negrejavam
Os planos mais cruéis e cintilavam
As idéias mais bravas e brilhantes.

HĂĄ muito que um punhal gelou-lhe o seio.
Passou… deixou na histĂłria um rastro cheio
De lĂĄgrimas e luzes ofuscantes.

O PĂŁo

NĂŁo Ă© ainda um seio
mas quase. Na brancura.
Porém, onda de leite
a branca levedura.

Um mecanismo incerto
de ferro e madrugada.
A fome e o excesso
futuros. Na seara.

A fome e a carĂȘncia
de sol(o) para a boca.
NĂŁo Ă© ainda um campo
de areia. Ou terra solta.

Um campo descampado
um canto com bolor.
É arte que se move
minéria como a ågua.

Engenho de palato.
Alvéolo de pulmão.
Respira-se o exemplo
de sol. Oxigénio.

NĂŁo Ă© ainda um cĂ­rculo
branco por toda a mesa:
manchado na toalha
de sombra e aspereza.

NĂŁo Ă© ainda uma ave
descendo sobre a pele:
um mecanismo triste
movendo a boca breve.

Musa Consolatrix

Que a mĂŁo do tempo e o hĂĄlito dos homens
Murchem a flor das ilusÔes da vida,
Musa consoladora,
É no teu seio amigo e sossegado
Que o poeta respira o suave sono.

NĂŁo hĂĄ, nĂŁo hĂĄ contigo,
Nem dor aguda, nem sombrios ermos;
Da tua voz os namorados cantos
Enchem, povoam tudo
De Ă­ntima paz, de vida e de conforto.

Ante esta voz que as dores adormece,
E muda o agudo espinho em flor cheirosa,
Que vales tu, desilusĂŁo dos homens?
Tu que podes, Ăł tempo?
A alma triste do poeta sobrenada
À enchente das angĂșstias;
E, afrontando o rugido da tormenta,
Passa cantando, alcĂ­one divina.

Musa consoladora,
Quando da minha fronte de mancebo
A Ășltima ilusĂŁo cair, bem como
Folha amarela e seca
Que ao chão atira a viração do outono,
Ah! no teu seio amigo
Acolhe-me, — e terá minha alma aflita,
Em vez de algumas ilusÔes que teve,
A paz, o Ășltimo bem, Ășltimo e puro!

Nox

Noite, vĂŁo para ti meus pensamentos,
Quando olho e vejo, Ă  luz cruel do dia,
Tanto estéril lutar, tanta agonia,
E inĂșteis tantos ĂĄsperos tormentos…

Tu, ao menos, abafas os lamentos,
Que se exalam da trĂĄgica enxovia…
O eterno Mal, que ruge e desvaria,
Em ti descansa e esquece alguns momentos…

Oh! Antes tu também adormecesses
Por uma vez, e eterna, inalterĂĄvel,
Caindo sobre o Mundo, te esquecesses,

E ele, o Mundo, sem mais lutar nem ver,
Dormisse no teu seio inviolĂĄvel,
Noite sem termo, noite do NĂŁo-ser!

Conchita

Adeus aos filtros da mulher bonita;
A esse rosto espanhol, pulcro e moreno;
Ao pĂ© que no bolero… ao pĂ© pequeno;
PĂ© que, alĂ­gero e cĂ©lere, saltita…

Lira do amor, que o amor nĂŁo mais excita,
A um silĂȘncio de morte eu te condeno;
Despede-te; e um adeus, no Ășltimo treno,
Soluça às graças da gentil Conchita:

A esses, que em ondas se levantam, seios
Do mais cheiroso jambo; a esses quebrados
Olhos meridionais de ardĂȘncia cheios;

A esses lĂĄbios, enfim, de nĂĄcar vivo,
Virgens dos lĂĄbios de outrem, mas corados
Pelos beijos de um sol quente e lascivo.

A Negra FĂșria CiĂșme

Morre a luz, abafa os ares
Horrendo, espesso negrume,
Apenas surge do Averno
A negra fĂșria CiĂșme.

Sobre um sĂłlio cor da noite
Jaz dos Infernos o Nurne,
E a seus pés tragando brasas
A negra fĂșria CiĂșme.

Crespas vĂ­boras penteia,
Dos olhos dardeja lume,
Respira veneno e peste
A negra fĂșria CiĂșme.

Arrancando Ă  Morte a fouce
De buĂ­do, ervado gume,
Vem retalhar coraçÔes
A negra fĂșria CiĂșme.

Ao cruel sĂłcio de Amor
Escapar ninguém presume,
Porque a tudo as garras lança
A negra fĂșria CiĂșme.

Todos os males do Inferno
Em si guarda, em si resume
O mais horrĂ­vel dos monstros,
A negra fĂșria CiĂșme.

Amor inda Ă© mais suave,
Que das rosas o perfume,
Mas envenena-lhe as graças
A negra fĂșria CiĂșme.

Nas asas de Amor voamos
Do prazer ao ĂĄureo cume,
Porém de lå nos arroja
A negra fĂșria CiĂșme.

Do férreo cålix da Morte
Prova o funesto azedume
Aquele a quem ferve n’alma
A negra fĂșria CiĂșme.

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Menino

No colo da mĂŁe
a criança vai e vem
vem e vai
balança.
Nos olhos do pai
nos olhos da mĂŁe
vem e vai
vai e vem
a esperança.

Ao sonhado
futuro
sorri a mĂŁe
sorri o pai.
Maravilhado
o rosto puro
da criança
vai e vem
vem e vai
balança.

De seio a seio
a criança
em seu vogar
ao meio
do colo-berço
balança.

Balança
como o rimar
de um verso
de esperança.

Depois quando
com o tempo
a criança
vem crescendo
vai a esperança
minguando.
E ao acabar-se de vez
fica a exacta medida
da vida
de um portuguĂȘs.

Criança
portuguesa
da esperança
na vida
faz certeza
conseguida.
SĂł nossa vontade
alcança
da esperança
humana realidade.

Poema do SilĂȘncio

Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angĂșstia e de revolta.

Foi em meu nome que fiz,
A carvĂŁo, a sangue, a giz,
SĂĄtiras e epigramas nas paredes
Que nĂŁo vi serem necessĂĄrias e vĂłs vedes.

Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
– Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!

Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trågi-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo…

O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. Ăąnsias de Altura e Abismo,
Tinham raĂ­zes banalĂ­ssimas de egoĂ­smo.

Que sĂł por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tĂŁo humano!

Senhor meu Deus em que nĂŁo creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.

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Soneto da Nudez

HĂĄ um misto de azul e trevas agitadas
Nesse felino olhar de lĂșbrica bacante.
Quando lhe cai aos pés a roupa flutuante,
Contemplo, mudo e absorto, as formas recatadas.

Nessa mulher esplende um poema deslumbrante
De volĂșpia e langor; em noites tresloucadas
Que suave nĂŁo Ă© nas rosas perfumadas
De seus lĂĄbios beber o aroma inebriante!

Fascina, quando a vejo Ă  noite seminua,
Postas as mĂŁos no seio, onde o desejo estua,
A boca descerrada, amortecido o olhar…

Fascina, mas sua alma Ă© lodo, onde nĂŁo pousa
Um raio dessa aurora, o amor, sublime cousa!
Raio de luz perdido em tormentoso mar!