Meus Olhos, Atentai no Meu Jazigo
Meus olhos, atentai no meu jazigo,
Que o momento da morte estĂĄ chegado;
Lå soa o corvo, intérprete do fado;
Bem o entendo, bem sei, fala comigo:Triunfa, Amor, gloria-te, inimigo;
E tu, que vĂȘs com dor meu duro estado,
Volve Ă terra o cadĂĄver macerado,
O despojo mortal do triste amigo:Na campa, que o cobrir, piedoso Albano,
Ministra aos coraçÔes, que Amor flagela,
Terror, piedade, aviso, e desengano:Abre em meu nome este epitĂĄfio nela:
âEu fui, ternos mortais, o terno Elmano;
Morri de ingratidĂ”es, matou-me Isabela.â
Sonetos sobre Desengano de Manuel Maria Barbosa du Bocage
2 resultados Sonetos de desengano de Manuel Maria Barbosa du Bocage. Leia este e outros sonetos de Manuel Maria Barbosa du Bocage em Poetris.
Meu Ser Evaporei na Luta Insana
Meu ser evaporei na luta insana
Do tropel de paixÔes que me arrastava:
Ah! cego eu cria, ah! mĂsero eu sonhava
Em mim quasi imortal a essĂȘncia humana!De que inĂșmeros sĂłis a mente ufana
ExistĂȘncia falaz me nĂŁo dourava!
Mas eis sucumbe Natureza escrava
Ao mal, que a vida em sua origem dana.Prazeres, sĂłcios meus, e meus tiranos!
Esta alma, que sedenta em si nĂŁo coube,
No abismo vos sumiu dos desenganosDeus, Ăł Deus!… quando a morte a luz me roube,
Ganhe um momento o que perderam anos,
Saiba morrer o que viver nĂŁo soube.