A Morte que Trazemos no Coração
É no coração que morremos. É aà que a morte habita.
Nem sempre nos damos conta que a carregamos connosco, mas, desde que somos vida, ela segue-nos de perto. Enquanto nĂŁo somos tomados pela nossa, vamos assistindo e sentindo, em ritmo crescente ao longo da vida, Ă s mortes de quem nos Ă© querido. A morte de um amigo Ă© como uma amputação: perdemos uma parte de nĂłs; uma fonte de amor; alguĂ©m que dava sentido Ă nossa existĂŞncia… porque despertava o amor em nĂłs.
Mas nĂŁo há sabedoria alguma, cultura ou religiĂŁo, que nĂŁo parta do princĂpio de que a realidade Ă© composta por dois mundos: um, a que temos acesso direto e, outro, que nĂŁo passa pelos sentidos, a ele se chega atravĂ©s do coração. Contudo, o visĂvel e o invisĂvel misturam-se de forma misteriosa, ao ponto de se confundirem e, como alguns chegam a compreender, nĂŁo serem já dois mundos, mas um sĂł.
Só as pessoas que amamos morrem. Só a sua morte é absoluta separação. Os estranhos, com vidas com as quais não nos cruzamos, não morrem, porque, para nós, de facto, não chegam sequer a ser.Só as pessoas que amamos não morrem.
Textos sobre Confiança de JosĂ© LuĂs Nunes Martins
2 resultadosA Razão da Minha Esperança
Meu bom amigo,
Sei que tens sofrido bastante.
Não posso esquecer que um dia me ensinaste: que leal é quem não abandona; que devemos procurar ser pessoas dignas de confiança, mais do que tentar encontrar alguém assim; e, que a vontade de amar já é, em si mesma, amor.
Permite-me que partilhe contigo, hoje, algumas ideias a respeito dos momentos difĂceis…
SĂŁo muitas as provas que na vida servem para testar quem somos, a força que temos em nĂłs e o nosso valor. Algumas vezes uma pedra gigante vem cair mesmo diante de nĂłs… outras vezes sĂŁo sĂ©ries infindáveis de pequenos obstáculos no caminho… longas etapas que nos obrigam a seguir adiante sem descansar, em percursos onde quase nunca se vĂŞ o horizonte.
A agitação permanente em que vivemos leva muitos a desistir de encontrar referĂŞncias mais adiante, mas Ă© preciso que nos afastemos do tempo para assim encontrarmos a posição mais segura, elevando-nos acima dos momentos passageiros para os compreender melhor. No meio da confusĂŁo Ă© preciso ver para alĂ©m do que se pode olhar… estabelecer os alicerces sobre o que Ă© sĂłlido, ainda que seja preciso escavar muito mais fundo do que o normal…