Passagens de Blaise Pascal

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É indespensável conhecermo-nos a nós próprios; mesmo se isso não bastasse para encontrarmos a verdade, seria útil, ao menos para regularmos a vida, e nada há de mais justo.

Quando se trata de julgar se a guerra deve fazer-se e matar tamanho número de homens, é um só que julga, e, ainda mais, o interessado.

E assim é o ser humano: tão vazio que se preenche com qualquer coisa, por mais insignificante que seja.

A razão faz com lentidão, e com tantas miras, sobre tantos princípios, que a cada momento se adormece ou extravia. A paixão faz num instante.

Há duas espécies de homens: uns, justos, que se consideram pecadores, e os pecadores que se consideram justos.

A Ignorância

O povo julga bem as coisas, porque está na ignorância natural, que é o verdadeiro lugar do homem. A ciência tem duas extremidades que se tocam. A primeira é a pura ignorância natural, na qual se encontram todos os homens ao nascer. A outra extremidade é aquela a que chegam as grandes almas que, tendo percorrido tudo quanto os homens podem saber, acham que nada sabem e voltam a encontrar-se nessa mesma ignorância da qual tinham partido; mas é uma ignorância sábia que se conhece. Os do meio, que saíram dessa ignorância natural e não puderam chegar à outra, têm umas pinceladas dessa ciência suficiente, e armam-se em entendidos. Esses perturbam o mundo e julgam mal de tudo. O povo e os verdadeiramente sábios compõem a ordem do mundo; estes desprezam-na e são desprezados.

Quanto mais inteligente um homem é mais originalidade encontra nos outros. Os medíocres acham toda a gente igual.

A última cena é sempre trágica, pouco importa quão felizes tenham sido as outras: um pouco de terra é jogada por cima de nossa cabeça e é o fim para todo o sempre.

Os homens jamais fazem o mal tão completamente e com tanta alegria como quando o fazem a partir de uma convicção religiosa.