Se tenho que ser um objeto, que seja um objeto que grita.
Passagens de Clarice Lispector
1250 resultadosEu sempre espero uma coisa nova de mim, eu sou um frisson de espera – algo está sempre vindo de mim ou fora de mim.
Eu escrevo para fazer existir e para existir-me. Desde criança procuro o sopro da palavra que dá vida aos sussurros.
Há dias que são tão áridos e desérticos que eu daria anos de minha vida em troca de uns minutos de graça.
Tenho me convivido muito ultimamente e descobri com surpresa que sou suportável, às vezes até agradável de ser. Bem. Nem sempre.
Mas enquanto eu tiver a mim, não estarei só.
A saudade é a prova que o passado valeu a pena.
Andar na escuridão completa à procura de nós mesmos é o que fazemos.
Ela se afasta fazendo uma trancinha nos cabelos escorridos. Nunca nunca nunca sim sim, canta baixinho. Aprendeu a trançar um dia desses. In: Coração Selvagem.
Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio.
Não sei, às vezes me parece que estou perdendo tempo.
Perder-se também é caminho.
A criação não é uma compreensão, é um novo mistério.
Eu medito sem palavras e sobre o nada.
Quanto a mim tenho que lhes dizer que as estrelas são os olhos de Deus vigiando para que tudo corra bem. Para sempre. E, como se sabe, para sempre não acaba nunca.
Aliás, verdadeiramente, escrever não é quase sempre pintar com palavras?
Passo o tempo todo pensando ? não raciocinando, não meditando ? mas pensando, pensando sem parar. E aprendendo, não sei o quê, mas aprendendo.
Só me abraças forte demais quando queres, mas nunca adivinhas quando eu quero.
Escrevendo pelo menos eu pertencia a mim mesma.
Sua coragem é a de, não se conhecendo, no entanto prosseguir. É fatal não se conhecer, e não se conhecer exige coragem[…] O caminho lento aumenta as coragens secretas.