Frases sobre Amor de Florbela Espanca

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Frases de amor de Florbela Espanca. As mais belas frases e mensagens de Florbela Espanca para ler e compartilhar.

Muitas vezes as nossas mais delicadas atenções, as nossas maiores provas de amor, os nossos cuidados sĂŁo como aquelas pĂ©rolas que um dia alguĂ©m atirou a uns porcos…

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?…
Que importa o mundo e seus orgulhos vĂŁos?…
O mundo, Amor?… As nossas bocas juntas!…

Tudo o que Ă© chama a arder, tudo o que sente
Tudo o que Ă© vida e vibra eternamente
É tu seres meu, Amor, e eu ser tua!

Onde estás ó meu amor,
Que te nĂŁo vejo aparecer?
Para que quero eu os olhos
Se nĂŁo servem para te ver?

Que me importa a luz suave
Dos olhos que o mundo tem?
NĂŁo posso ver os teus olhos
Não quero ver os de ninguém.

Faço Ă s vezes o gesto de quem segura um filho ao colo. Um filho, um filho de carne e osso, nĂŁo me interessaria talvez, agora… mas sorrio a este, que Ă© apenas amor nos meus braços.

Dizes tu que os livros te nĂŁo consolam!? Que te irritam!? Que blasfĂ©mia, minha JĂşlia! Pois há lá melhores amigos!? Os livros, mas livros destes em que a alma dos bons anda sangrando por todas as suas páginas; livros que eu beijo de joelhos, como se enternecidamente beijasse as mĂŁos benditas dos que os escreveram! LĂŞ os versos de AntĂłnio Nobre, o meu santo poeta da Saudade. LĂŞ o «Fel» de JosĂ© Douro, o malogrado poeta esquecido e desprezado. LĂŞ «Doida de Amor» de Antero de Figueiredo, e depois diz-me se eles te irritam!…

Quando fito o teu olhar
TĂŁo frio e tĂŁo indiferente,
Fico a chorar um amor
Que o teu coração não sente.

Esquecia-se de que o amor vem Ă  sua hora, e de que Ă© ele quem escolhe essa hora, e nĂŁo nĂłs. Esquecia-se tambĂ©m de que nĂŁo sĂŁo as grandes qualidades, as virtudes superiores, que inspiram as grandes paixões; seria demasiado simples…

Há uma palavra na terra
Que tem encantos do céu;
Não é amor, nem esperança,
Nem sequer o nome teu.

Essa palavra tĂŁo doce,
De tanta suavidade,
Que me faz chorar de dor
Quando a murmuro: Ă© saudade!

Eu quero desaprender, quero nĂŁo saber, quereria mesmo nĂŁo saber ler nem escrever a minha prĂłpria lĂ­ngua. Eu sei lá o que queria! NĂŁo faça caso do meu mau humor de hoje: a pantera está rabugenta e tem agora, neste mesmo momento em que a noite se vai cerrando, a nostalgia das clareiras das suas florestas onde a esta mesma hora acordava, se espreguiçava, lançava o seu rugido e, de rins flexĂ­veis, esbelta como uma onda, lá ia em busca de presa ou de amor…