Muitas vezes as nossas mais delicadas atenções, as nossas maiores provas de amor, os nossos cuidados sĂŁo como aquelas pĂ©rolas que um dia alguĂ©m atirou a uns porcos…
Frases sobre Amor de Florbela Espanca
32 resultadosQue importa o mundo e as ilusões defuntas?…
Que importa o mundo e seus orgulhos vĂŁos?…
O mundo, Amor?… As nossas bocas juntas!…
Tudo o que Ă© chama a arder, tudo o que sente
Tudo o que Ă© vida e vibra eternamente
É tu seres meu, Amor, e eu ser tua!
Onde estás ó meu amor,
Que te nĂŁo vejo aparecer?
Para que quero eu os olhos
Se nĂŁo servem para te ver?Que me importa a luz suave
Dos olhos que o mundo tem?
NĂŁo posso ver os teus olhos
Não quero ver os de ninguém.
Faço Ă s vezes o gesto de quem segura um filho ao colo. Um filho, um filho de carne e osso, nĂŁo me interessaria talvez, agora… mas sorrio a este, que Ă© apenas amor nos meus braços.
Dizes tu que os livros te nĂŁo consolam!? Que te irritam!? Que blasfĂ©mia, minha JĂşlia! Pois há lá melhores amigos!? Os livros, mas livros destes em que a alma dos bons anda sangrando por todas as suas páginas; livros que eu beijo de joelhos, como se enternecidamente beijasse as mĂŁos benditas dos que os escreveram! LĂŞ os versos de AntĂłnio Nobre, o meu santo poeta da Saudade. LĂŞ o «Fel» de JosĂ© Douro, o malogrado poeta esquecido e desprezado. LĂŞ «Doida de Amor» de Antero de Figueiredo, e depois diz-me se eles te irritam!…
Procurei o amor que me mentiu. Pedi Ă vida mais do que ela dava.
Quando fito o teu olhar
TĂŁo frio e tĂŁo indiferente,
Fico a chorar um amor
Que o teu coração não sente.
Esquecia-se de que o amor vem Ă sua hora, e de que Ă© ele quem escolhe essa hora, e nĂŁo nĂłs. Esquecia-se tambĂ©m de que nĂŁo sĂŁo as grandes qualidades, as virtudes superiores, que inspiram as grandes paixões; seria demasiado simples…
Há uma palavra na terra
Que tem encantos do céu;
Não é amor, nem esperança,
Nem sequer o nome teu.Essa palavra tĂŁo doce,
De tanta suavidade,
Que me faz chorar de dor
Quando a murmuro: Ă© saudade!
Eu quero desaprender, quero nĂŁo saber, quereria mesmo nĂŁo saber ler nem escrever a minha prĂłpria lĂngua. Eu sei lá o que queria! NĂŁo faça caso do meu mau humor de hoje: a pantera está rabugenta e tem agora, neste mesmo momento em que a noite se vai cerrando, a nostalgia das clareiras das suas florestas onde a esta mesma hora acordava, se espreguiçava, lançava o seu rugido e, de rins flexĂveis, esbelta como uma onda, lá ia em busca de presa ou de amor…
Quantas vezes? Amor, já te esqueci, para mais doidamente me lembrar.. mais doidamente me lembrar de ti…