Toda a poesia – e a canção é uma poesia ajudada – reflecte o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste.
Frases de Fernando Pessoa
1092 resultadosComo nunca podemos conhecer todos os elementos de uma questão, nunca a podemos resolver.
Porque eu desejo impossivelmente o possível, porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, ou até se não puder ser…
E sobretudo, por amor de Deus, não tomemos a sério nada do que fazemos.
Eu não sou pessimista, sou triste.
Ninguém se admira a si mesmo, salvo um paranóico com o delírio das grandezas.
O santo é do tipo dos Anjos, cujo mister é crer; o sábio é do tipo dos Arcanjos, cujo mister é compreender; o artista, porém, é do tipo dos Deuses, cujo mister é criar.
… os imperialismos do acaso e da desordem organizada.
Quem é pobre pode julgar que, se deixasse de o ser, seria feliz. Quem é rico sabe que não há maneira de ser feliz.
Minha alma está cansada da minha vida
* Vão para o diabo sem mim, ou deixem-me ir sozinho para o diabo! Para que haveremos de ir juntos?
Uma criatura de nervos modernos, de inteligência sem cortinas, de sensibilidade acordada, tem a obrigação cerebral de mudar de opinião e de certeza várias vezes no mesmo dia.
Toda a acção é incompleta e imperfeita. O poema que eu sonho não tem falhas senão quando tento realizá-lo.
Tão cansado de ter achado como de não ter achado. O fim e a soma do que somos, já o Pregador o disse: vaidade e aflição de ânimo.
Pertenço àquela espécie de homens que estão sempre na margem daquilo a que pertencem, nem veem só a multidão de que são, senão também os grandes espaços que há ao lado.
Citar é ser injusto. Enumerar é esquecer. Não quero esquecer ninguém de quem não me lembre.
Outrora eu era daqui, e hoje regresso estrangeiro, Forasteiro do que vejo e ouço, velho de mim. Já vi tudo, ainda o que nunca vi, nem o que nunca verei. Eu reinei no que nunca fui.
O amor é um sonho que chega para o pouco ser que se é.
Abdicar do fim procriativo do amor, sem abdicar do meio voluptuoso, é impróprio de um superior.
É claro que o português, com a sua tendência para ser tudo, forçosamente havia de ser nada de todas as maneiras possíveis.