Como a gente se perde! A linguagem que o meu sangue entende — Ă© esta. A comida que o meu estĂ´mago deseja — Ă© esta. O chĂŁo que os meus pĂ©s sabem pisar — Ă© este. E, contudo, eu nĂŁo sou já daqui. Pareço uma destas árvores que se transplantam, que tĂŞm má saĂşde no paĂs novo, mas que morrem se voltam Ă terra natal.
Frases sobre Gente de Miguel Torga
5 resultadosO que sou toda a gente é capaz de ver; Mas o que ninguém é capaz de imaginar é até onde sou e como.
É difĂcil, isto de a gente se explicar. NĂŁo há conversa em que me empenhe a fundo da qual nĂŁo saia cheio de ideias que queria pĂ´r sobre a mesa, nĂtidas e precisas, e que nĂŁo fui capaz de trazer Ă luz do dia naquela hora. SĂł depois de a discussĂŁo passada, de o caso arrumado —geralmente pelo adversário—, Ă© que surge no meu espĂrito a expressĂŁo exacta e desejada do que era preciso dizer.
Esta velha humanidade, tudo quanto seja acreditar que dois e dois são quatro, quatro e quatro, oito, e oito e oito, dezasseis, muito bem e sem nenhuma prova; agora quando lhe dizem que há gente que morre pela sua verdade, é preciso mostrar-lhe Sócrates a beber a cicuta, Catão com a espada enterrada no ventre, Cristo pregado na cruz, — e nem assim.
Que no mundo seja possĂvel um homem fazer uma pintura na China e no tempo de qualquer Ming, e essa mesma pintura, mil anos depois, esteja no outro polo a comover os olhos de alguĂ©m — Ă© de a gente se ajoelhar e beijar de gratidĂŁo a terra que nos pariu.