Em vez de ouvirem os escritores em busca de respostas sobre o que somos, as pessoas precisam ouvir umas às outras, porque nós, autores, não somos mais do que meros trabalhadores da palavra.
Frases de José Saramago
333 resultadosOs escritores aos quais eu volto sempre são Montaigne, Pessoa e Kafka. O primeiro porque somos a matéria do que escrevemos, o segundo porque somos muitos e não um, o terceiro porque esse um que não somos é um coleóptero.
Acho que Deus Nosso Senhor fez o mundo e fez também as contradições e depois, como não sabia onde as havia de meter, é que inventou o homem.
O senso comum é o terreno donde me recuso a sair, simplesmente por ter a consciência claríssima das minhas próprias limitações.
Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro.
Tento ser, à minha maneira, um estóico prático, mas a indiferença, como condição da felicidade, nunca teve lugar na minha vida, e se é certo que busco afincadamente o sossego do espírito, também é certo que não me libertei nem pretendo libertar-me das paixões.
Há uma cultura de banalização. Tudo é banal, tudo está sujeito ao consumo.
Dirão, eu sou as coisas que caladas no silêncio dos olhos confessamos
O universo não tem notícia da nossa existência.
Onde estava todo esse dinheiro? Estava muito bem guardado. De repente, ele apareceu logo, para salvar o quê? Vidas? Não. Apareceu para salvar os bancos.
Deus e a morte são as duas faces da mesma moeda. Não podem passar um sem outro. Sem morte não haveria Deus, porque não o inventariam. Mas sem Deus não haveria morte, porque Deus tinha de fazer a vida finita.
Sou a pessoa mais banal deste mundo. Limito-me a sentar-me à secretária, meter a folha de papel na máquina e ir até onde posso. É como quem entra no escritório e sai dele. Não faço nenhuma espécie de exercícios de aquecimento, nem físicos, nem psíquicos.
Isso a que chamamos a «construção duma Europa unida» não passa de uma falácia de mau gosto. A relação de poder entre os diversos Estados europeus continua a ser a que foi sempre: países que mandam, países que obedecem.
As pessoas se transformam em máquinas de fazer de dinheiro ou que tentam fazer dinheiro.
A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver.
No fundo, todos temos necessidade de dizer quem somos e o que é que estamos a fazer e a necessidade de deixar algo feito, porque esta vida não é eterna e deixar coisas feitas pode ser uma forma de eternidade.
Um partido de pobres nunca ganharia uma eleição, porque os pobres não têm nada para prometer. Quem faz promessas são os ricos, ou, mais exactamente, é o poder.
Se não formos capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos façamos tudo para não viver inteiramente como animais.
O que realmente nos separa dos animais é a nossa capacidade de esperança.
A eternidade não existe. Um dia o planeta desaparecerá e o Universo não saberá que nós existimos.