Frases sobre Poder de Clarice Lispector

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Frases de poder de Clarice Lispector. As mais belas frases e mensagens de Clarice Lispector para ler e compartilhar.

Ser um ser permissível a si mesmo é a glória de existir. Poder dizer a si mesmo com vergonha e canhestramente: eu a ti também te amo um pouco.

O fato é que tenho nas minhas mãos um destino e, no entanto, não me sinto com o poder de livremente inventar. Sigo uma oculta linha fatal. Sou obrigado a procurar uma verdade que me ultrapassa.

Depois que vivo é que sei que vivi. Na hora o viver me escapa. Sou uma lembrança de mim mesma. Só depois de «morrer» é que vejo que vivi. Eu me escapo de mim mesma. Às vezes eu me apresso em acabar um episódio íntimo de vida, para poder captá-lo em recordações, e para, mais do que ter vivido, viver. Um viver que já foi. Deglutido por mim e fazendo agora parte do meu sangue.

Não é o grau que separa a inteligência do génio, mas a qualidade. O génio não é tanto uma questão de poder intelectivo, mas da forma por que se apresenta essa poder. Pode-se assim ser facilmente mais inteligente que um génio. Mas o génio é ele.

Eternidade não era só o tempo, mas algo como a certeza enraizadamente profunda de não poder contê-lo no corpo por causa da morte; a impossibilidade de ultrapassar a eternidade era eternidade; e também era eterno um sentimento em pureza absoluta, quase abstracto.

Há certo instante na alegria de poder que ultrapassa o próprio medo da morte. Duas pessoas que vivem juntas procuram talvez atingir esse instante.

Ah viver é tão desconfortável. Tudo aperta: o corpo exige, o espírito não pára, viver parece ter sono e não poder dormir – viver é incómodo. Não se pode andar nu nem de corpo nem de espírito.

Nem todos chegam a fracassar porque é tão trabalhoso, é preciso antes subir penosamente até enfim atingir a altura de poder cair.

É necessário certo grau de cegueira para poder enxergar determinadas coisas. É essa talvez a marca do artista. Qualquer homem pode saber mais do que ele e raciocinar com segurança, segundo a verdade. Mas exactamente aquelas coisas escapam à luz acesa. Na escuridão tornam-se forforescentes.

O pouco que sei não dá para compreender a vida, então a explicação está no que desconheço e que tenho a esperança de poder vir a conhecer um pouco mais.

Descobri que eu preciso não saber o que penso – se eu ficar consciente do que penso, passo a não poder mais pensar, passo a só me ver pensar.

Às vezes eu tenho vontade ser menos intensa, só pra poder entender como o resto do mundo aguenta essas coisas que me devoram permanentemente e de uma forma tão absurda…