Frases sobre Saudades de Florbela Espanca

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Frases de saudades de Florbela Espanca. As mais belas frases e mensagens de Florbela Espanca para ler e compartilhar.

O meu mundo nĂŁo Ă© como o dos outros, quero demais, exijo demais, hĂĄ em mim uma sede de infinito, uma angĂșstia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se nĂŁo sente bem onde estĂĄ, que tem saudades… sei lĂĄ de quĂȘ!

Bendita seja a desgraça,
Bendita a fatalidade,
Benditos sejam teus olhos
Onde anda a minha saudade

NĂŁo hĂĄ amor neste mundo
Como o que eu sinto por ti,
Que me ofertou a desgraça
No momento em que te vi.

…NĂŁo sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. NĂŁo existiu morte para o que nunca nasceu….

É bem verdade
Que a tragédia infinita é a Saudade!
Que a tragédia infinita é Nunca Mais!

Que bom que deve ser, longe desta banalidade trĂĄgica, pensar nas terras de Portugal! Eu creio que Portugal sĂł pode gramar-se assim: longe dele, nas saudades.

Ó minha vĂŁ, inĂștil mocidade, trazes-me embriagada, entontecida!… Duns beijos que me deste noutra vida, trago em meus lĂĄbios roxos a saudade!

Tenho por ti uma paixĂŁo
TĂŁo forte e acrisolada,
Que até adoro a saudade
Quando por ti Ă© causada.

Dizes tu que os livros te nĂŁo consolam!? Que te irritam!? Que blasfĂ©mia, minha JĂșlia! Pois hĂĄ lĂĄ melhores amigos!? Os livros, mas livros destes em que a alma dos bons anda sangrando por todas as suas pĂĄginas; livros que eu beijo de joelhos, como se enternecidamente beijasse as mĂŁos benditas dos que os escreveram! LĂȘ os versos de AntĂłnio Nobre, o meu santo poeta da Saudade. LĂȘ o «Fel» de JosĂ© Douro, o malogrado poeta esquecido e desprezado. LĂȘ «Doida de Amor» de Antero de Figueiredo, e depois diz-me se eles te irritam!…

VocĂȘs compreendem, um morto Ă© um temĂ­vel rival, um competidor seriĂ­ssimo que tem por si as mil vantagens que a ausĂȘncia e a saudade lhe emprestam. A morte Ă© o Reutlinger das recordaçÔes; na objectiva do coração foca-as para sempre em beleza imutĂĄvel e Ășnica.

HĂĄ uma palavra na terra
Que tem encantos do céu;
Não é amor, nem esperança,
Nem sequer o nome teu.

Essa palavra tĂŁo doce,
De tanta suavidade,
Que me faz chorar de dor
Quando a murmuro: Ă© saudade!

Sonho que um verso meu tem claridade para encher o mundo! E que deleita mesmo aqueles que morrem de saudade! Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Saudades e amarguras
Tenho eu todos os dias,
NĂŁo podem pois adejar
Em meus versos, alegrias.

Saudades e amarguras
Tenho eu todas as horas,
Quem noites sĂł conheceu,
NĂŁo pode cantar auroras.