Frases sobre Vida de Clarice Lispector

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Frases de vida de Clarice Lispector. As mais belas frases e mensagens de Clarice Lispector para ler e compartilhar.

Quando o amor é grande demais torna-se inútil: já não é mais aplicável, e nem a pessoa amada tem a capacidade de receber tanto. Fico perplexa como uma criança ao notar que mesmo no amor tem-se que ter bom senso e senso de medida. Ah, a vida dos sentimentos é extremamente burguesa.

Quero tudo pois nada é bom demais para a minha morte que é a minha vida tão eterna que hoje mesmo ela já existe e já é.

Eu sempre quis achar um dia uma pessoa que vivesse por mim pois a vida é tão repleta de coisas inúteis que só a aguento com astenia muscular in extremis, tenho preguiça moral de viver.

A virtude da vida não está em fazer aquilo que se gosta, e sim gostar daquilo que se faz. Por isso seja forte, não como as ondas que tudo destrói, mas como as pedras que tudo suporta!

Habituar-se à felicidade seria um perigo. Ficaríamos mais egoístas, porque as pessoas felizes o são, menos sensíveis à dor humana, não sentiríamos a necessidade de procurar ajudar os que precisam – tudo por termos na graça a compensação e o resumo da vida.

O pouco que sei não dá para compreender a vida, então a explicação está no que desconheço e que tenho a esperança de poder vir a conhecer um pouco mais.

Eu disse a uma amiga: “A vida sempre superexigiu de mim”. Ela disse: “Mas lembre-se de que você também superexige da vida.” Sim.

Em cada palavra pulsa um coração. Escrever é a tal procura de íntima veracidade de vida. Vida que me perturba e deixa o meu próprio coração trémulo sofrendo a incalculável dor que parece ser necessária ao meu amadurecimento – amadurecimento? Até agora vivi sem ele!

Hoje compreendo-o. Tudo lhe perdoo, tudo perdoo aos que não sabem se prender, aos que se fazem perguntas. Aos que procuram motivos para viver, como se a vida por si mesma não se justificasse.

O tempo corre, o tempo é curto: preciso me apressar, mas ao mesmo tempo viver como se esta minha vida fosse eterna.

Em mim, tudo o que eu superpusera ao inextricável de mim, mais que atenção à vida, era o próprio processo de vida em mim.

Guimarães Rosa então me disse uma coisa que jamais esquecerei, feliz me senti na hora: disse que me lia, «não para a literatura, mas para a vida». Citou de cor frases e frases minhas e eu não reconheci nenhuma.

A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: «pertencer é viver». Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho.

Entre a palavra e o pensamento existe o meu ser. Meu pensamento é puro ar impalpável, insaisissable. Minha palavra é de terra. Meu coração é vida. Minha energia electrónica é mágica de origem divina. Meu símbolo é o amor. Meu ódio é energia atómica.

E eis que de repente eles param e mudos, graves, espantados se olham nos olhos: é que eles sabiam que um dia iriam amar. Um Sopro de Vida