Os romancistas, pela descrição demasiado exacta das suas personagens, atrapalham a imaginação em vez de a servir; deveriam deixar que cada leitor figurasse cada uma delas como lhe aprouvesse.
Frases sobre Vez
1752 resultadosOs que só do usual são capazes, só admitem a possibilidade do muito extraordinário quando este os atinge. Observei-o centenas de vezes.
No seu ponto mais alto, a filosofia é uma criação perfeitamente similar à criação artística ou religiosa ou amorosa; quem não tem nervos de artista, força de imaginação e quem não tem ao seu dispor uma vida rica pode ser professor de Filosofia, mas duvido que chegue alguma vez aos planos em que vale realmente a pena ser filósofo.
Como um trilho no Outono: mal foi varrido, cobre-se outra vez de folhas secas.
Nós nunca sabemos bem o que a nossa memória vai reter – e não raras vezes damos por nós surpreendidos com uma recordação inútil, tirada de um filme série B ou apenas de um dia sem inspiração (mas que, apesar disso, nos repovoa sempre que determinada situação se repete).
Quantas vezes o medo que temos de um mal nos leva a outro ainda pior.
Quando tinha cerca de quinze anos, li «Crime e Castigo». Creio que tive então, pela primeira vez, a sensação do que era um romance ou do que podia chegar a ser, e nunca tive dúvidas de que essa foi a experiência que me determinou a ser o que sou.
Às vezes, penso: ora, essas pessoas são bem intencionadas, mas são ignorantes.
O verdadeiro pode por vezes não ser verosímil.
A verdade é que quando você volta, eu mando você ir embora de novo. E quando você vai embora, eu quero que você volte mais uma vez.
O nosso orgulho aumenta muitas vezes com o que retiramos dos nossos outros defeitos.
O casamento é uma cadeia tão pesada que para carregá-la são necessárias duas pessoas, e às vezes três.
Os tigres não se domesticam na escola dos homens, mas os homens, algumas vezes, fazem-se ferozes na escola dos tigres.
Não poder mudar as pessoas é um facto demasiado incontornável para lutarmos pelo contrário. Temos de aceitar as pessoas como elas são. Por muito que nos custe, por muito que as vejamos a morrer lentamente ou a afastarem-se cada vez mais da sua divindade, temos de aceitá-las. Pelo nosso bem temos de aceitá-las.
Muitas vezes o elogio sincero atinge até o homem humilde; ao poderoso só chega o falso.
Muitas vezes a graça é o efeito de uma arte requintada, que vem corrigir os defeitos da natureza.
O que nos salva da solidão é a solidão de cada um dos outros. Às vezes, quando duas pessoas estão juntas, apesar de falarem, o que elas comunicam uma à outra é o sentimento de solidão.
Somos ruínas. Somos o que foi uma casa com gente viva e crianças a crescer, fumo na chaminé, janelas abertas nas noites de verão, e hoje é tijolos espalhados na terra e arredondados pela chuva, telhas partidas na terra, caliça e terra espalhados no soalho podre de madeira, e ervas a crescer entre as tábuas do soalho. Alguma vez teremos sido uma coisa sólida, uma casa viva?
Os vivos são e serão sempre, cada vez mais, governados pelos mais vivos.
O meu comportamento é absurdo: não sei defender-me, entrego-me a cada entrevista como se tivesse a vida em jogo. Às vezes parece-me surpreender na cara dos jornalistas uma expressão de assombro. Imagino que estarão a pensar: «Por que tomará ele isto tão a peito?».