A felicidade é qualquer coisa que depende mais de nós mesmos, do que das circunstâncias e das eventualidades da vida.
Passagens de Júlio Dantas
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Como a nossa fragilidade o concebe e o pratica, o amor é um sentimento essencialmente incómodo. Mal dois olhares se trocam e duas mãos se enlaçam, vem logo a tragédia das suspeitas, dos ciúmes, das zangas, das recriminações, estragar momentos que deviam ser os mais belos, os mais alegres, os mais despreocupados da vida.
As mulheres podem bem não conhecer os homens; mas conhecem-se bem umas às outras.
A mulher que se beijou e não se teve, que se adivinhou e não se possuiu, transforma-se para nós numa obsessão, numa preocupação doentia.
Todo o bem que se realiza é uma ventura que se perdeu.
A mocidade, quando ama, não tem exigências que não sejam as do próprio amor.
A liberdade, afinal, só serve na vida para nos dar o prazer de nos desfazermos dela.
Ser honesto é vestir uma roupa de estrelas.
Quem encontrar na vida o verdadeiro amor, deve escondê-lo, longe do mundo, como um tesouro.
A mocidade é uma corrida vertiginosa: colhemos a flor da vida; mas, tão rápida é a nossa carreira, que mal temos tempo para lhe aspirar o perfume.
Na sua fúria de masculinização, a mulher começou por nos encantar, e, estejamos certos, há-de acabar por nos bater.
O amor, como a vida inteira, está cheio de lugares-comuns.
Um livro mau e uma amiga íntima são os piores inimigos de uma mulher.
Plagiar, é implicitamente, admirar.
A primeira condição para se escrever de literatura, é saber dar a impressão de que se escreve sem literatura.
Pode secar-se, num coração de mulher, a seiva de todos os amores; nunca se extinguirá a do amor materno.
O amor, para ser belo, não precisa de ser eterno.