A modéstia não passa de uma espécie de pudor do orgulho
Passagens de Marcel Jouhandeau
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A felicidade é logo ou nunca.
É-se sempre mais religioso do que aquilo que se pensa.
Saber amar não é amar. Amar não é saber.
Não há coragem triste.
A sinceridade absoluta apenas pode conduzir à imobilidade ou à loucura.
Cada alma é por si só uma sociedade secreta.
E virá um dia em que nos falta uma única coisa e não é o objecto do nosso desejo, mas o desejo.
O verdadeiro brasão de cada um é a sua cara.
Conhecer bem uma pessoa é tê-la amado e odiado.
A velhice não se me afigura, de modo algum, (…) o melancólico vestíbulo da morte, mas antes como as verdadeiras férias grandes, depois do esgotamento dos sentidos, do coração e do espírito que foi a vida.
A modéstia é uma espécie de pudor do orgulho.
O coração tem as suas prisões que a inteligência não abre.
Amar e odiar não são mais do que sentir com paixão o ser de um ser.
O instante só tem um lugar estreito entre a esperança e o desgosto, e esse é o lugar da vida.
Para suportar a sua própria história, cada um acrescenta-lhe um pouco de lenda.
A vida, por fim, não passa de um hábito que se tem de perder, depois de todos os outros.
O mal é aquilo que não perdoamos a nós próprios.
A santidade talvez não seja mais do que o cúmulo da delicadeza.
Como não existe nada mais precioso que o tempo, também não existe maior generosidade que o percamos ajudando aos outros.