De todas as virtudes, aquela que, neste mundo, sempre me pareceu menos útil a quem a pratica é a modéstia.
Passagens sobre Modéstia
80 resultadosNas mulheres a modéstia tem grandes vantagens, aumenta a beleza e serve de véu à fealdade.
O abuso dos livros mata a saúde e a modéstia das mulheres.
O homem modesto tem tudo a ganhar e o orgulhoso tudo a perder: é que a modéstia tem sempre a ver com a generosidade e o orgulho com a inveja.
É necessário aceitar a modéstia como uma desculpa tímida que o mérito nos dá da sua superioridade.
A falsa modéstia é o último requinte da vaidade.
O silêncio, tal como a modéstia, ajuda muito numa conversação.
A modéstia aumenta o mérito e indulta a mediocridade.
Sem dúvida, quando fizeram da modéstia uma virtude, foi algo bastante vantajoso para os tolos, pois espera-se que todos falem de si como se fossem um.
A modéstia doura os talentos, a vaidade os deslustra.
A modéstia é a vaidade escondida atrás da porta.
O homem superior fala com modéstia, mas age com audácia.
Meu trabalho é o de viver os meus prazeres e as minhas dores. É necessário que eu tenha a modéstia de viver.
A modéstia fica bem nos grandes homens. O que é difícil é não ser nada e, ainda assim, ser modesto.
A virtude da modéstia é, decerto, uma invenção considerável para velhacos, pois, em conformidade com ela, cada um tem de falar de si mesmo como se fosse um deles, o que coloca todos magnificamente no mesmo nível, uma vez que produz a impressão de que não há absolutamente nada além de velhacos.
É o orgulho que leva a dizer não, e a fraqueza sim. A modéstia pode dizer ambas as coisas sem paixão.
A modéstia é uma salvaguarda para a mulher que quer ser sensata; uma máscara de prudência para aquela que não o é; um artifício hábil para aquela que não o quer ser.
Escrever com Intuição e Instinto
Outra coisa que não parece ser entendida pelos outros é quando me chamam de intelectual e eu digo que não sou. De novo, não se trata de modéstia e sim de uma realidade que nem de longe me fere. Ser intelectual é usar sobretudo a inteligência, o que eu não faço: uso é a intuição, o instinto. Ser intelectual é também ter cultura, e eu sou tão má leitora que, agora já sem pudor, digo que não tenho mesmo cultura. Nem sequer li as obras importantes da humanidade. Além do que leio pouco: só li muito, e li avidamente o que me caísse nas mãos, entre os treze e os quinze anos de idade. Depois passei a ler esporadicamente, sem ter a orientação de ninguém. Isto sem confessar que – dessa vez digo-o com alguma vergonha – durante anos eu só lia romance policial. Hoje em dia, apesar de ter muitas vezes preguiça de escrever, chego de vez em quando a ter mais preguiça de ler do que de escrever.
Literata também não sou porque não tornei o fato de escrever livros uma profissão, nem uma carreira. Escrevi-os só quando espontaneamente me vieram, e só quando eu realmente quis.
Existem situações em que até os idiotas perdem a modéstia.
A falsa modéstia é a mais decente de todas as mentiras.