Passagens sobre SĂ­nteses

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Frases sobre sínteses, poemas sobre sínteses e outras passagens sobre sínteses para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Todo o Mal Provém não da Privação mas do Supérfluo

Ser feliz Ă©, afinal, nĂŁo esperar muito da felicidade, ser feliz Ă© ser simples, desambicioso, Ă© saber dosear as aspirações atĂ© Ă quela medida que põe o que se deseja ao nosso alcance. Pegando de novo em Tolstoi, que vem sendo em mim um padrĂŁo tutelar, lembremos de novo um dos seus herĂłis, o prĂ­ncipe Pedro Bezoukhov (do romance ‘Guerra e Paz’). As circunstâncias fizeram-no conviver no cativeiro com um sĂ­mbolo da sabedoria popular, um tal Karataiev. Pois esse companheirismo desinteressado e genuĂ­no, esse encontro com a vida crua mas desmistificadora, nĂŁo sĂł modificaram o prĂ­ncipe Pedro como lhe revelaram o que ele precisava de saber para atingir o que nĂłs, pobres humanos, debalde perseguimos: a coerĂŞncia, a pacificação interior, que sĂŁo correctivos da desventura.
Tolstoi salienta-nos que Pedro, após essa vivência, apreendera, não pela razão mas por todo o seu ser, que o homem nasceu para a felicidade e que todo o mal provém não da privação mas do supérfluo, e que, enfim, não há grandeza onde não haja verdade e desapego pelo efémero. Isto, aliás, nos é repetido por outra figura de Tolstoi, a princesa Maria, ao acautelar-nos com esta síntese desoladora: «Todos lutam, sofrem e se angustiam,

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Mera mudança não é crescimento. Crescimento é a síntese de mudança e continuidade, e onde não há continuidade não há crescimento.

ConfissĂŁo Social

Ninguém tem qualquer interesse em saber isto; mas se eu tivesse de me confessar socialmente, a síntese do meu desespero era esta: que cheguei, em matéria de descrença no homem, à saturação.
E, contudo, este perdido, este condenado, merece-me uma ternura tal, que não há tolice que faça, asneira que invente, mentira que diga que me deixem indiferente. Tenho por força de olhar, reparar, ouvir, e comentar com toda a paixão de que sou capaz.

Contágio Mental

O contágio mental representa o elemento essencial da propagação das opiniões e das crenças. A sua força é, muitas vezes, bastante considerável para fazer agir o indivíduo contra os seus interesses mais evidentes. As inumeráveis narrações de martírios, de suicídios, de mutilações, etc., determinados por contágio mental fornecem uma prova disso.
Todas as manifestações da vida psíquica podem ser contagiosas, mas são, especialmente, as emoções que se propagam desse modo. As ideias contagiosas são sínteses de elementos afectivos.
Na vida comum, o contágio pode ser limitado pela acção inibidora da vontade, mas, se uma causa qualquer – violenta mudança de meio em tempo de revolução, excitações populares, etc. – vĂŞm paralisá-la, o contágio exercerá facilmente a sua influĂŞncia e poderá transformar seres pacĂ­ficos em ousados guerreiros, plácidos burgueses em terrĂ­veis sectários. Sob a sua influĂŞncia, os mesmos indivĂ­duos passarĂŁo de um partido para outro e empregarĂŁo tanta energia em reprimir uma revolução quanto em fomentá-la.
O contágio mental não se exerce somente pelo contacto direto dos indivíduos. Os livros, os jornais, as notícias telegráficas, mesmo simples rumores, podem produzi-lo.
Quanto mais se multiplicam os meios de comunicação tanto mais se penetram e se contagiam. A cada dia estamos mais ligados àqueles que nos cercam.

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