As Obras e os Mistérios do Amor
Quem ama não sente o amor no seu coração. Vive no coração do amor. O amor que nos oferece os sonhos mais belos e nos faz voar, é o mesmo que nos crava os espinhos mais duros na carne e se faz mar nas nossas lágrimas.
O amor faz o que quer, onde e quando alguém o aceita. Não tem outras mãos ou olhos senão os nossos. A força do amor é aquela de que nós formos capazes. Por isso, amar é, antes de tudo, aceitar.
Há quem entregue a sua vida por amor. Quem se abandone a si mesmo, deixando para trás aquilo que outros julgam ser o seu maior tesouro… A vida é para amar, quem não ama, apenas sobrevive.
Há quem morra por amor. Mas esta vida Ă© apenas um pedaço de outra, maior, que sĂł Ă© vivida pelos que tiverem a coragem imprudente de ser luz e calor na vida de alguĂ©m, aceitando-o como Ă©… e como quer ser. Sem o julgar. Respeitando sempre os seus espaços e os seus tempos, o seu passado e o seu futuro. Amar Ă© corrigir e ajudar quem se ama a ser melhor, mas nĂŁo o obrigando aos nossos pensamentos e sentimentos,
Textos sobre ConsciĂŞncia de JosĂ© LuĂs Nunes Martins
3 resultadosA Chama da Vida e o Fogo das Paixões
Nem sempre estar apaixonado é bom. A maior parte das paixões tomam conta da vontade e assumem o controlo do sentir e do pensar. Prometem a maior das libertações, mas escravizam quem desiste de si mesmo e a elas se submete.
A paixĂŁo Ă© sofrimento, um furor que Ă© o oposto da paz e do contentamento. Um vazio fulminante capaz das maiores acrobacias para se satisfazer. Mas que, como nunca se sacia, acaba por se consumir, por se destruir a si mesmo. Para ter paz precisamos de fazer esta guerra, na conquista do mais exigente de todos os equilĂbrios: entre a monotonia de nada arriscar e a imprudĂŞncia de entregar tudo sem uma vontade prĂłpria profunda. É essencial que saibamos desafiarmo-nos, por vezes, a um profundo desequilĂbrio momentâneo. Afinal, quem nunca ousa está perdido, para sempre.
Há boas paixões. SĂŁo as que trabalham como um fermento. De forma pacata, pacĂfica e paciente. Animam, mas nĂŁo dominam. Orientam, mas nĂŁo decidem. Iluminam, mas nĂŁo cegam.Quase ninguĂ©m faz ideia da capacidade que cada um de nĂłs tem para suportar e vencer grandes sofrimentos…
Por paixões comuns, há quem perca a cabeça, o coração e a alma.
O Amor Ă© o ContraegoĂsmo
Cada vez mais pessoas estĂŁo preocupadas consigo mesmas. Cuidam de si de uma forma tĂŁo dedicada que se poderia supor que estĂŁo a construir algo de verdadeiramente belo e forte; mas nĂŁo… os resultados sĂŁo normalmente fracos e frágeis. Gente manipulável que se deixa abater por uma simples brisa… cultivam o eu como a um deus, mas sĂŁo facilmente derrubados pela mĂnima contrariedade.
Tendo a originalidade por moda não será paradoxal que a sociedade esteja a tornar-se cada vez mais uniforme? Como a multidão tende sempre a nivelar-se por baixo, estamos a tornar-nos cada vez piores.
Hoje parece não haver tempo nem espaço para um cuidado mais fundo com a nossa essência – são poucos os que hoje têm amigos verdadeiros com quem aprendem, a quem se dão e de quem recebem valores essenciais.
Por medo da solidĂŁo quer-se conhecer gente, cada vez mais gente. Talvez o facto de se buscar uma quantidade de amizades mais do que a qualidade das mesmas explique por que, afinal, há cada vez mais solidĂŁo… sempre que prefiro partir em busca do novo, escolho abandonar aquele(s) com quem estava.O sucesso das redes virtuais Ă© hoje um sintoma,