Usamos adjectivos a mais. O que, aliás, talvez sirva para encobrir a nossa incapacidade de conseguirmos fazer as coisas.
Passagens de Francisco Sá Carneiro
117 resultadosO papel da comunicação social é o de uma força independente que tem de se aferir por critérios de verdade e de serviço julgados em liberdade pelos profissionais da imprensa.
Adoptando-se o modelo de desenvolvimento capitalista sem instituições democráticas, sem liberdade política, caminharemos para um despotismo violento que nem por ser dourado por melhores condições económicas deixará de ser menos insuportável.
O meu sentimento? Define-se numa palavra: responsabilidade.
O 25 de Abril foi, para todos nós, o fim da ditadura. Os heróicos militares que prepararam e executaram a revolta realizaram um acto de libertação de si mesmos, mas consigo mesmos quiseram libertar Portugal inteiro.
Sei que o meu destino é morrer cedo e só concebo a vida se for vivida vertiginosamente.
A democracia aprende-se pelo exercício e constrói-se por meios democráticos. O exercício da democracia significa, aqui e agora: audiência ao Povo, iniciativa popular, participação institucionalizada de todos na criação das condições estruturais da sua implantação.
Quando tive aquele grande desastre de carro em 1973, estive imenso tempo na cama, pensei muito e cheguei a uma conclusão: a vida, para mim, sem risco não faz sentido.
O desenvolvimento do económico e a aplicação crescente da técnica a todos os ramos geram a obsessão da eficiência.
Qualquer Estado moderno é inevitavelmente um Estado social, pois a nenhum poder politicamente organizado é hoje possível deixar de conformar-se com as realidade sociais e tomar a seu cargo a satisfação das necessidades colectivas.
A Missão da Assembleia da República
Se ontem se podia afirmar que a missão histórica da Assembleia Constituinte consistia em dar viabilidade à democracia em Portugal, hoje podemos dizer que sobre a Assembleia da República recai o essencial da tarefa de a concretizar na prática do Estado que a recente Constituição reformulou. (…) A Assembleia da República tem de vir a ser a consciência política visível deste Povo, tornando-se num espelho fiel das suas necessidades e anseios, das suas dificuldades e esperanças e, ao mesmo tempo, no centro impulsionador da acção colectiva. (…) A Assembleia da República tem de ser o espaço da crítica justa e lúcida ao Governo e à administração pública e da denúncia oportuna das situações que intoleravelmente oprimem, exploram e alienam a pessoa humana, lembrando também a cada momento o que, sendo exequível, ainda não foi feito no domínio da ação do Estado e dos poderes locais.
Não falo de mim! Para quê definir-me? O que interessa é viver a vida, estar atento e poder satisfazer a curiosidade, fazer coisas.
O que não posso, porque não tenho esse direito, é calar-me, seja sob que pretexto for.
A economia não se reduz ao sector público e ao sector privado. Há que lembrar o sector cooperativo como forma fundamental de realização do progresso social-democrata e socialista.
Sem um crescimento económico não sairemos da actual situação de penúria que impõe, sobretudo às classes mais desfavorecidas, uma vida abaixo do nível a que se tem direito.
A liberdade consiste em depender de leis justas.
A democracia é uma ideia e um sistema tão natural que se defende e impõe a si própria.
Só será possível sanear a vida económica num clima de disciplina da vida política. Sem isso não haverá o incremento de investimentos, que é a primeira das medidas que nos permitirá debelar a crise.
Se quer saber o que estou a ler, não lhe digo… seria muito pretensioso. O máximo que se admite que um político diga é que está a ler Eça de Queirós. Ou mesmo talvez um autor mais digno e sério: o Herculano, ou o Camilo.
É pena que todos aqueles que se dizem democratas, na prática não respeitem o jogo democrático e as posições partidárias diferentes das próprias.