Uma Palavra, Um Gesto

Não quiseste, – ou quem sabe? … vacilaste na hora
em que esperei de ti uma palavra, um gesto…
– bastaria um olhar quando me fui embora,
um olhar… e eu feliz entenderia o resto…

Mas, não. Nem um olhar, num um vago protesto,
em um tremor na voz de quem sofre e não chora…
Ah! teria bastado uma palavra, um gesto,
para tudo, afinal, ser diferente agora…

Parti! levou-me a vida, ao léu, e redemoinho…
Hoje, volto, – e tu me olhas a falar de amor
e me entregas as mãos num gesto de carinho…

E evito teu olhar… E não me manifesto…
– É que, já não te posso dar, seja o que for,
nem mesmo uma palavra de esperança, um gesto…