A amizade é um sentimento de difícil definição. Na prática porém todos concordam que ela se traduz acima de tudo por serviços prestados.
Frases de Ana Hatherly
40 resultadosOs grandes erros que se cometem na vida são erros recorrentes. É mesmo essa repetição o que nos define.
Não é verdade que só o autor se apaixona pela obra. Também a obra se apaixona pelo seu autor. Na verdade é mesmo por isso que o autor se apaixona por ela.
Não existe história alguma que não seja uma descrição mais ou menos completa de qualquer batalha.
Quantas vezes nos sentimos extraordinariamente sós embora sentindo-nos felizes. O amor é impossível mesmo quando possível.
Quando o pensamento deixa de estar a ser pensado logo se transforma na parábola do faminto, no desamparo da errância.
Nada preenche o vazio essencial que a escrita revela.
Não medir a altura do sonho. Não medir a distância de um sorriso. Quando a espuma das ondas chega à areia qualquer coisa de irreversível acontece.
O poeta é um pintor do mundo invisível.
A civilização consiste em aprendermos a fazer naturalmente tudo o que não é natural.
A escrita é uma escribatura. Encerra quem a pratica numa prisão transparente.
O desejo é sempre uma forma de violação, o fascínio inclemente do não-acessível.
Se a coacção existe é preciso combatê-la mas se não existe rapidamente é criada. Na escala dos valores o que não pende depende.
Descobrindo-se, o poeta personifica, representa. Nos melhores momentos descobre o que nem sequer encoberto estava, porque o que ele faz é ver a oblíqua eloquência ou o encanto do que, sem ele, não seria.
O conflito que a ordem impõe: quando se multiplicam os pontos de vista nasce a desordem.
Não se ama nunca, só se deseja.
Teoricamente, se a percepção é finita toda a acção é finalmente fútil e devidamente grátis.
A teimosa realidade. Na arqueologia da paisagem a viagem da escrita é abolição oblíqua, delírio provocado, lição de tentativa. Ao fim de tantos anos o desejo faz-se exílio.
Como disse uma velha cantora argentina, com o tempo, a gente se despede lentamente das coisas conhecidas. Por isso o criador não envelhece: constantemente inventa novas imagens de abertura para espaços que não se conhecem.
O estatuto da realidade: descobrir esse doce exercício destrona a ascética parcimónia do pensar racional. Mais do que um mero crepúsculo, flexível ou determinado, o pensamento precisa de ilusão e assim a obra de arte abre-se em leque sobre o inventário do mundo.