Frases sobre Ninguém de Florbela Espanca

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Frases de ninguém de Florbela Espanca. As mais belas frases e mensagens de Florbela Espanca para ler e compartilhar.

Eu nĂŁo sou de ninguĂ©m!… Quem me quiser há-de ser luz do Sol em tardes quentes… Há-de ser Outro e outro num momento! Força viva, brutal, em movimento, astro arrastando catadupas de astros!

Os meus males ninguĂ©m mos adivinha… A minha Dor nĂŁo fala, anda sozinha… Dissesse ela o que sente! Ai quem me dera!… Os males de Anto toda a gente sabe! Os meus… ninguĂ©m… A minha Dor nĂŁo cabe nos cem milhões de versos que eu fizera!…

Abaixo sempre os meus olhos
Quando encontro o teu olhar;
De ver o sol de frente
Ninguém se pode gabar!

Sou eu! Sou eu! A que nas mãos ansiosas prendeu da vida, assim como ninguém, os maus espinhos sem tocar nas rosas.

Tu julgas entĂŁo que eu ambiciono alguma coisa no mundo? Ainda me conheces pouco! Eu fatigo-me atĂ© de desejar; nada há neste mundo que me nĂŁo tenha cansado! Eu mais que ninguĂ©m compreendo o poeta: «Tout passe, tout lasse». E ainda tu julgas que eu me preocupo a desejar sucesso aos meus versos patetas!?… Se eu desejasse alguma coisa que deles me viesse, nĂŁo trabalhava!

Deixe-me dizer-lhe pela última vez que eu não tenho recordações. Ninguém guarda lembranças do que profundamente despreza.

Para mim? Para ti? Para ninguém. Quero atirar para aqui, negligentemente, sem pretensões de estilo, sem análises filosóficas, o que os ouvidos dos outros não recolhem: reflexões, impressões, ideias, maneiras de ver, de sentir — todo o meu espírito paradoxal, talvez frívolo, talvez profundo.

A sua afeição por mim cega-o completamente: a minha alma – pobre dela! – nĂŁo Ă© nada do que a sua cegueira de amigo pensa e julga. É apenas um pouco da minha charneca selvagem e triste, da minha charneca por quem ninguĂ©m pode nada: nĂŁo há água…

Oh! Meu amor, se tu queres
Toda a vida, viver bem
Hás-de ouvir, hás-de calar,
Não dizer mal de ninguém.

As almas dos poetas
Não as entende ninguém;
SĂŁo almas de violetas
Que são poetas também.

Eu nĂŁo gosto do sol, eu tenho medo que me leiam nos olhos o segredo de nĂŁo amar ninguĂ©m, de ser assim! Gosto da Noite imensa, triste, preta, como esta estranha e doida borboleta que eu sinto sempre a voltejar em mim!…

Onde estás ó meu amor,
Que te nĂŁo vejo aparecer?
Para que quero eu os olhos
Se nĂŁo servem para te ver?

Que me importa a luz suave
Dos olhos que o mundo tem?
NĂŁo posso ver os teus olhos
Não quero ver os de ninguém.

Ninguém é competente, ninguém vale um pataco e, dum dia para o outro, de descalços aparecem calçados, de rotos aparecem vestidos sem ninguém saber como.