Se resistimos às nossas paixÔes, é mais pela fraqueza delas que pela nossa força.
Frases sobre Paixão de François de La Rochefoucauld
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O orgulho tem as suas bizarrias, como as outras paixĂ”es: temos vergonha de admitir que sentimos ciĂșme, mas honramo-nos de o ter sentido e de ser capazes de o vir a ter.
HĂĄ pessoas tĂŁo cheias de si, que quando estĂŁo apaixonadas, acham maneira de se ocupar da sua paixĂŁo sem fazerem caso da pessoa a quem amam.
A extrema avareza engana-se quase sempre: nĂŁo hĂĄ paixĂŁo que se afaste mais frequentemente do seu objectivo, nem sobre o qual o presente tenha tanto poder em detrimento do futuro.
A ausĂȘncia diminui as pequenas paixĂ”es e aumenta as grandes, da mesma forma como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras.
Por vezes, as paixÔes mais violentas dão-nos tranquilidade, mas a vaidade agita-nos sempre.
HĂĄ pessoas tĂŁo cheias de si mesmas que, quando se apaixonam, arranjam maneira de se ocupar da sua paixĂŁo em vez da pessoa que amam.
A paixĂŁo transforma, muitas vezes, o mais hĂĄbil dos homens num louco e torna muitas vezes mais hĂĄbeis os mais tolos.
NĂŁo hĂĄ paixĂŁo onde o amor de si mesmo reine mais poderosamente que no amor; e estamos sempre mais dispostos a sacrificar o repouso daqueles que amamos, que a perder o nosso.
A ausĂȘncia apaga as pequenas paixĂ”es e fortalece as grandes.
A mesma firmeza que serve para resistir ao amor, serve também para o tornar violento e duradouro, e as pessoas fracas que vivem sempre agitadas por paixÔes quase nunca se sentem verdadeiramente preenchidas por elas.
Todas as paixĂ”es nos levam a cometer erros, mas o amor faz-nos cometer os mais ridĂculos.
A duração das nossas paixÔes depende tão pouco de nós como a duração da nossa vida.
O orgulho tem esquisitices como qualquer outra paixĂŁo. Temos vergonha de confessar que sentimos ciĂșmes, mas nos vangloriamos de havermos tido, e de sermos capazes de tĂȘ-lo.
Aqueles que tiveram grandes paixÔes sentem-se sempre felizes e infelizes por se terem curado delas.
A saĂșde da alma nĂŁo Ă© menos vulnerĂĄvel que a do corpo; e por muito afastados das paixĂ”es que nos julguemos, nĂŁo corremos menor risco de nos deixar envolver nelas, que de adoecer quando estamos bem.
Todo o cuidado que tenhamos em cobrir as nossas paixÔes, seja com a måscara da piedade seja com a da honra, é pouco, elas acabam por romper sempre esses véus.
Estamos muito longe de conhecer tudo o que as nossas paixÔes nos levam a fazer.
Quando ainda temos o coração agitado pelos restos de uma paixão, estamos mais perto de nos entregarmos a outra do que quando estamos inteiramente curados.
O prazer do amor Ă© amar e sentirmo-nos mais felizes pela paixĂŁo que sentimos do que pela que inspiramos.