Frases de Vergílio Ferreira

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Frases de Vergílio Ferreira. Conheça este e outros autores famosos em Poetris.

Um deles era muito inteligente e aprendeu tudo, entendeu tudo e levou isso tudo consigo quando morreu. O outro era razoavelmente estúpido e inventou um modelo aperfeiçoado de aguça-lápis. E existiu mais.

A moda é uma variante oblíqua de se lutar contra a morte. Ora na velhice tal luta é mais problemática. E é por isso que no velho a moda é mais ridícula.

Teve uma ideia, tão original e tão esquematizada em máxima sentenciosa, que se tornou um lugar-comum e perdeu a originalidade. Mesmo para quem a criou.

Há muitos monumentos ao «soldado desconhecido». Houve mesmo a invocação de um «Deus Desconhecido. Mas não há nenhum altar ao santo desconhecido ou uma referência ao artista desconhecido.

A razão é um formulário para se provar o que já provámos para nós próprios. E é por isso que a metafísica continua e a filosofia analítica vai ficando para trás.

Já deve ter sido dito mas não há mal em repetir: o livro banal é o que perde à segunda leitura; o bom livro é o que ganha.

A verdade és tu. O que mais que se segue já não interessa à conversa. Excepto para demonstrares essa verdade, em movimento de recuo.

A fé é uma esperança terrorista como a esperança é uma fé democrática. A fé é um acto solitário. A esperança tem de ter em conta o que a excede. Mas na primeira está a certeza e na outra a dúvida.

Tentar provar o futuro é muito mais interessante do que poder conhecê-lo. Como no jogo, não o ganhar, mas o poder ganhar. Porque nenhuma vitória se ganha se se não puder perder.

Disseste ou escreveste milhões ou muitos milhares de palavras. E deve haver nessa nebulosa uma estrela que seja a tua. Não a saberás nunca.

Todos podemos saber uma coisa desagradável de alguém. E esse alguém pode saber que sabemos. E nós sabermos que sabe. No entanto não gosta que o digamos. Quem fica mais a sabê-lo se o dissermos?

Trabalhar um livro até à minúcia de uma palavra. E depois um leitor engolir tudo à pressa para saber ‘de que se trata’. Vale a pena requintar um vinho para se beber como o carrascão?