Passagens sobre Herdeiros

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A Um Carneiro Morto

MisericordiosĂ­ssĂ­mo carneiro
Esquartejado, a maldição de Pio
DĂ©cimo caia em teu algoz sombrio
E em todo aquele que for seu herdeiro!

Maldito seja o mercador vadio
Que te vender as carnes por dinheiro,
Pois, tua lĂŁ aquece o mundo inteiro
E guarda as carnes dos que estĂŁo com frio!

Quando a faca rangeu no teu pescoço,
Ao monstro que espremeu teu sangue grosso
Teus olhos – fontes de perdĂŁo – perdoaram!

Oh! tu que no PerdĂŁo eu simbolizo,
Se fosses Deus, no Dia do juĂ­zo,
Talvez perdoasses os que te mataram!

Portugal, TĂŁo Diferente de seu Ser Primeiro

Os reinos e os impérios poderosos,
Que em grandeza no mundo mais cresceram,
Ou por valor de esforço floresceram,
Ou por varões nas letras espantosos.

Teve Grécia Temístocles; famosos,
Os Cipiões a Roma engrandeceram;
Doze Pares a França glória deram;
Cides a Espanha, e Laras belicosos.

Ao nosso Portugal, que agora vemos
TĂŁo diferente de seu ser primeiro,
Os vossos deram honra e liberdade.

E em vĂłs, grĂŁo sucessor e novo herdeiro
Do Braganção estado, há mil extremos
Iguais ao sangue e mores que a idade.

A Loucura do Dinheiro

O dinheiro suscita a maior parte das vociferações que ouvimos: é o dinheiro que fatiga os tribunais, é ele que coloca pais e filhos em desavença, é ele que derrama venenos, é ele que põe a espada nas mãos dos assassinos e das legiões; ele está manchado de sangue nosso; é por causa dele que as discussões de marido e mulher ressoam na noite, é por causa dele que a turba aflui aos tribunais; por causa dele, os reis massacram, saqueiam e arrasam cidades que demoraram séculos a construir, para procurarem ouro e prata entre as cinzas. Vês os cofres arrumados a um canto? É por causa deles que se grita até os olhos saírem das suas órbitas e que os brados ressoam nos tribunais; é por causa deles que juízes vindo de regiões longínquas se reúnem para decidir qual é a avidez mais justa.
E quando, não por um cofre, mas por um punhado de ouro ou por um denário que se dispensaria a um escravo, se perfura o estômago de um velho que ia morrer sem herdeiros? E quando, possuindo vários milhares, um usurário de pés e mãos deformados, incapaz sequer de mexer no dinheiro, reclama, furioso,

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Morrer rico é extrema incompetência. Significa que você não usufruiu, ou pelo menos não usufruiu todo o seu dinheiro. Além disso, um rico que gasta tudo o que tem antes de morrer, livra os seus herdeiros do odioso imposto de transmissão.

Dinheiro

Quem quiser ter filhos que doire primeiro
A jarra onde, inteira, caiba alguma flor!
Ai dos que tĂŞm filhos, mas nĂŁo tĂŞm herdeiro!
— Dinheiro! Dinheiro!
Ó canção de Amor!

As noivas sorriem, talvez, aos vinte anos.
Os amantes sonham… Sonho passageiro!
Música de estrelas: Ética de enganos;
Ilusões, perdidas depois dos vinte anos..
E logo outras nascem: Dinheiro! Dinheiro!

Teus pais, teus irmĂŁos e tua mulher
CercarĂŁo teu leito de herĂłi derradeiro
(Ai de quem, ouvindo-os, nada lhes trouxer!)
E hĂŁo-de ali pedir-te o que o mundo quer:
— Dinheiro! Dinheiro!

Deixa-lhes os versos que um dia fizeste,
Amarrado ao lodo, porém verdadeiro.
E eles te dirão: — Pássaro celeste,
Morreste? Morrendo, que bem que fizeste!

Ó canção de amor!
Dinheiro! Dinheiro!

Os Pastores

Guardavam certos pastores
seus rebanhos, ao relento,
sobre os céus consoladores
pondo a vista e o pensamento.

Quando viram que descia,
cheio de glĂłria fulgente,
um anjo do céu do Oriente,
que era mais claro que o dia.

Jamais os cegara assim
luz do meio-dia ou manhĂŁ.
Dir-se-ia o audaz Serafim,
que um dia venceu SatĂŁ.

Cheios de assombro e terror,
rolaram na erva rasteira.
– Mas ele, com voz fagueira,
lhes diz, com suave amor:

«Erguei-vos, simples, daí,
humildes peitos da aldeia!
Nasceu o vosso Rabi,
que é Cristo – na Galileia!

Num berço, o filho real,
nĂŁo o vereis reclinado.
VĂŞ-lo-eis pobre e enfaixado,
sobre as palhas de um curral!

Segui dos astros a esteira.
Levai pombas, ramos, palmas,
ao que traz uma joeira
das estrelas e das almas!»

Foi-se o anjo: e nas neblinas,
então celestes legiões
soltam místicas canções,
sobre violas divinas.

Erguem-se, enfim, os pastores
e vão caminhos dalém,
com palmas, rolas, e flores,

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O avarento gasta mais no dia da sua morte do que gastou em dez anos de vida, e o seu herdeiro mais em dez meses do que ele na vida inteira.

É tão Suave a Fuga deste Dia

É tão suave a fuga deste dia,
LĂ­dia, que nĂŁo parece, que vivemos.
Sem dĂşvida que os deuses
Nos sĂŁo gratos esta hora,

Em paga nobre desta fé que temos
Na exilada verdade dos seus corpos
Nos dĂŁo o alto prĂŞmio
De nos deixarem ser

Convivas lĂşcidos da sua calma,
Herdeiros um momento do seu jeito
De viver toda a vida
Dentro dum sĂł momento,

Dum sĂł momento, LĂ­dia, em que afastados
Das terrenas angĂşstias recebemos
OlĂ­mpicas delĂ­cias
Dentro das nossas almas.

E um sĂł momento nos sentimos deuses
Imortais pela calma que vestimos
E a altiva indiferença
Ă€s coisas passageiras

Como quem guarda a c’roa da vitĂłria
Estes fanados louros de um sĂł dia
Guardemos para termos,
No futuro enrugado,

Perene Ă  nossa vista a certa prova
De que um momento os deuses nos amaram
E nos deram uma hora
NĂŁo nossa, mas do Olimpo.