Bastará nunca sermos injustos para estarmos sempre inocentes?
Passagens de Jean-Jacques Rousseau
133 resultadosPelos mesmos caminhos não se chega sempre aos mesmos fins.
O homem que mais tem vivido não é aquele que conta mais anos, mas, sim, aquele que mais tem sentido a vida.
Fazer um homem feliz significa merecer sê-lo.
A natureza nunca nos engana; somos sempre nós que nos enganamos.
O homem não foi feito para meditar, mas para agir.
No amor, um favor que não é exclusivo torna-se uma injúria.
O povo, por ele próprio, quer sempre o bem, mas, por ele próprio, nem sempre o conhece.
A alma resiste muito mais facilmente às mais vivas dores do que à tristeza prolongada.
Não contesto que a medicina seja útil a alguns homens, mas digo que ela é funesta ao género humano.
As Infelizes Necessidades do Homem Civilizado
Um autor célebre, calculando os bens e os males da vida humana, e comparando as duas somas, achou que a última ultrapassa muito a primeira, e que tomando o conjunto, a vida era para o homem um péssimo presente. Não fiquei surpreendido com a conclusão; ele tirou todos os seus raciocínios da constituição do homem civilizado. Se subisse até ao homem natural, pode-se julgar que encontraria resultados muito diferentes; porque perceberia que o homem só tem os males que se criou para si mesmo, o que à natureza se faria justiça. Não foi fácil chegarmos a ser tão desgraçados. Quando, de um lado, consideramos o imenso trabalho dos homens, tantas ciências profundas, tantas artes inventadas, tantas forças empregadas, abismos entulhados, montanhas arrasadas, rochedos quebrados, rios tornados navegáveis, terras arroteadas, lagos cavados, pantanais dissecados, construções enormes elevadas sobre a terra, o mar coberto de navios e marinheiros, e quando, olhando do outro lado, procuramos, meditando um pouco as verdadeiras vantagens que resultaram de tudo isso para a felicidade da espécie humana, só nos podemos impressionar com a espantosa desproporção que reina entre essas coisas, e deplorar a cegueira do homem, que, para nutrir o seu orgulho louco, não sei que vã admiração de si mesmo,
A caridade fingida do rico não é, nele, senão um luxo a mais: ele dá de comer aos pobres, como aos cachorros e aos cavalos.
Goza-se mais pela esperança, do que nunca se gozará na realidade. A imaginação, que reveste sempre de atractivos o que deseja, falece na posse. Nada existe belo senão aquilo que não o é.
A facilidade de falar é a impotência de se calar.
Não é impunemente que se tem o coração moço, quando o corpo deixou de o ser.
Visto que o fundamento da propriedade é a utilidade, onde não houver utilidade possível não pode existir propriedade.
Louvar-se a si mesmo é ridículo; louvar os outros em demasia é perigoso.
As injúrias são os argumentos de que se valem os que não têm razão.
Em política, tal como na moral, é um grande mal não fazer bem, e todo o cidadão inútil deve ser considerado um homem pernicioso.
A mulher é a mais bela metade do mundo.