Quem ama inventa as coisas a que ama… Talvez chegaste quando eu te sonhava. Então de súbito acendeu-se a chama! Era a brasa dormida que acordava.
Passagens de Mário Quintana
363 resultadosPoeminho do Contra Todos esses que aí estão Atravancando meu caminho, Eles passarão… Eu passarinho!
Pior, mas muito pior mesmo do que as lágrimas de crocodilo, são os sorrisos de crocodilo…
Para sempre é muito tempo. O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo.
O ruim dos filmes de Far West é que os tiroteios acordam a gente no melhor do sono.
Sempre que chove Tudo faz tanto tempo… E qualquer poema que acaso eu escreva Vem sempre datado de 1779!
Dizes que a beleza não é nada? Imagina um hipopótamo com alma de anjo… Sim, ele poderá convencer os outros de sua angelitude – mas que trabalheira!
A recordação é uma cadeira de balanço embalando sozinha.
No fundo, não há bons nem maus. Há apenas os que sentem prazer em fazer o bem e os que sentem prazer em fazer o mal. Tudo é volúpia…
Não importa saber se a gente acredita em Deus: o importante é saber se Deus acredita na gente…
Um autor, primeiro, é assunto. Mas a glória, mesmo, é quando ele vira falta de assunto…
Gadêa Pelichek Sebastião
Gadêa… Pelichek… Sebastião…
Lobo Alvim… Ah, meus velhos camaradas!
Aonde foram vocês? Onde é que estão
Aquelas nossas ideais noitadas?Fiquei sozinho… Mas não creio, não,
Estejam nossas almas separadas!
Às vezes sinto aqui, nestas calçadas,
O passo amigo de vocês… E entãoNão me constranjo de sentir-me alegre,
De amar a vida assim, por mais que ela nos minta…
E no meu romantismo vagabundoEu sei que nestes céus de Porto Alegre
É para nós que inda S. Pedro pinta
Os mais belos crepúsculos do mundo!…
O que têm de bom as nossas mais caras recordações é que elas geralmente são falsas. Se eu fosse acreditar mesmo em tudo o que penso, ficaria louco.
A Rua Dos Cataventos – XII – Para Erico Verissimo
O dia abriu seu pára-sol bordado
De nuvens e de verde ramaria.
E estava até um fumo, que subia,
Mi-nu-ci-o-sa-men-te desenhado.Depois surgiu, no céu azul arqueado,
A Lua – a Lua! – em pleno meio-dia.
Na rua, um menininho que seguia
Parou, ficou a olhá-la admirado…Pus meus sapatos na janela alta,
Sobre o rebordo… Céu é que lhes falta
Pra suportarem a existência rude!E eles sonham, imóveis, deslumbrados,
Que são dois velhos barcos, encalhados
Sobre a margem tranqüila de um açude…
Os Parceiros
Sonhar é acordar-se para dentro:
de súbito me vejo em pleno sonho
e no jogo em que todo me concentro
mais uma carta sobre a mesa ponho.Mais outra! É o jogo atroz do Tudo ou Nada!
E quase que escurece a chama triste…
E, a cada parada uma pancada,
o coração, exausto, ainda insiste.Insiste em quê?Ganhar o quê? De quem?
O meu parceiro…eu vejo que ele tem
um riso silencioso a desenhar-senuma velha caveira carcomida.
Mas eu bem sei que a morte é seu disfarce…
Como também disfarce é a minha vida!
A eternidade é um relógio sem ponteiros.
Quem dera eu achasse um jeito de fazer tudo perfeito, feito a coisa fosse o projeto e tudo já nascesse satisfeito
Verbete Nós – o pronome do rebanho.
Quem disse que eu me mudei? Não importa que a tenham demolido: A gente continua morando na velha casa em que nasceu.
O Verso O verso é um doido cantando sozinho. Seu assunto é o caminho. E nada mais! O caminho que ele próprio inventa..