Passagens sobre Ambição

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Fogo-Fátuo

Cabelos brancos! dai-me, enfim, a calma
A esta tortura de homem e de artista:
Desdém pelo que encerra a minha palma,
E ambição pelo mais que não exista;

Esta febre, que o espírito me encalma
E logo me enregela; esta conquista
De idéias, ao nascer, morrendo na alma,
De mundos, ao raiar, murchando à vista:

Esta melancolia sem remédio,
Saudade sem razão, louca esperança
Ardendo em choros e findando em tédio;

Esta ansiedade absurda, esta corrida
Para fugir o que o meu sonho alcança,
Para querer o que não há na vida!

A Divinização do Utilitário

O grande conflito de hoje, no domínio socioeconómico, por exemplo, e contra a previsão de um Marx, não é o que opõe o Capital e o Trabalho, mas o que comanda a máquina e o que a serve (François Perroux). Mas o efeito mais visível, porque mais extenso, da sua compacta presença, é o que degrada os sonhos ao tangível e utilitário que define a vituperada «sociedade de consumo». Não é assim o útil ou utili­tário que se condena: é a sua divinização. O que surpreende no mundo de hoje não é a sedução da comodidade, mas que ela esgote todas as seduções; não é o sonho de «viver bem», mas que só se viva bem com esse sonho. Decerto o viver bem foi sempre um sonho de quem teve por sorte o viver mal. Mas a realização em massa dessa ambição instaura-se em plena força como modelo. E não apenas por ser uma realização em massa, mas porque aos «responsáveis» nenhum valor se impõe para a esse imporem. O utilitarismo é um valor negativo; mas con­verte-se em positivo pela negatividade de quem poderia recusá­-lo. O que nos «irresponsáveis» é uma ambição em positivo, é nos «responsáveis» uma aceitação em negativo,

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No coração de uma linda mulher, quem ousa limitar ambições? Não é certo que os maus pensamentos, ao transluzirem nos olhos imperiosos dela, depuram-se ali da sua maldade, para despertarem grandes virtudes no coração do homem? Que é a mulher neste mundo, senão um ente privilegiado, para quem as leis repressivas são uma injúria? Como é que o homem, com a frágil feitura do seu código de leis, ousa intimidar, punir, julgar e condenar uma aspiração sempre grandiosa, como são todas as aspirações desferidas na harpa intima do coração da mulher-anjo?

As Artes e as Ciências Nasceram dos Vícios

A astronomia nasceu da superstição; a retórica, da ambição, do ódio, da adulação, da mentira; a geometria, da ganância; a física, da curiosidade vã; e todas elas, mesmo a ética, do orgulho humano. As artes e as ciências devem portanto o seu nascimento aos nossos vícios, e nós deveríamos duvidar menos das suas vantagens se elas tivessem tido origem nas nossas virtudes. (…) Quantos perigos! Quantos caminhos equivocados na investigação das ciências? Por meio de quantos erros, milhares de vezes mais perigosos do que a verdade é útil, não é preciso abrir caminho a fim de alcançá-la? O problema é patente; pois a falsidade admite um número infinito de combinações; mas a verdade possui apenas um modo de ser.

O Melhor Motivo para Criar Arte

No artista criador, qualquer produção deve estar marcada com o cunho da necessidade, caso contrário, é desviada no sentido exacto do termo. Naquele que cria por imitação e se prende em todo o caso ao efeito do instante, esse elemento de necessidade interior pode ser também substituído por um outro: a rotina, a ambição, o desejo de causar efeito.

Cinco grandes inimigos da paz habitam dentro de nós: a avareza, a ambição, a inveja, a cólera e a vaidade. Se conseguíssemos desterrá-los, gozaríamos inevitavelmente da perpétua paz.

Felicidade Divina

Digam-nos desde já: se a alma se extingue na sepultura, de onde nos vem o desejo de felicidade que nos atormenta? As nossas paixões terrenas facilmente se fartam: amor, ambição, cólera, tem uma segura plenitude de gozo; a ância de felicidade é a única que carece de satisfação como objecto, porque se não sabe o que é esta felicidade que se quer. Força é concordar que, se tudo é matéria, a natureza, neste caso enganou-se estranhamente, fez um sentimento sem aplicação.
É certo que a nossa alma deseja eternamente; apenas alcança o objecto da sua cobiça, deseja de novo; o universo inteiro não a sacia. O infinito é o campo único que lhe convém; apraz-se em desorientar-se no labirinto dos números, e conceber as máximas e as mínimas dimensões. Em fim, repleta, mas não saciada do que devorou, atira-se ao seio de Deus, onde convergem as ideias do infinito em perfeição, em tempo, e em espaço; ela, porém, não se ingolfa na Divindade senão porque essa Divindade é cheia de trevas, Deus absconditus.
Se lhe fosse clara a intuição divina, desdenha-la-ia como a tudo que está sujeito à sua compreensão. E com razão talvez; porque se a alma se explicasse ao justo o eterno princípio,

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Todos os ideais e todas as ambições são um desvairo de comadres homens. Não há império que valha que por ele se parta uma boneca de criança.

O aforismo, a sentença, nos quais pela primeira vez sou mestre entre os alemães, são formas de «eternidade»: a minha ambição é dizer em dez frases o que outro qualquer diz num livro -, o que outro qualquer «não» diz nem num livro inteiro…

O amor é prazer, é amor de companhia, é amor de estar junto, precisa de mais coisas. (…) Mas onde é que está o amor completo? Essa ambição mata o amor, esse desejo de tudo ter da outra pessoa, de tudo exigir, de tudo querer, essa ambição leva a desgraça, a drama, a paixão sem controle, folha de árvore a cair no Outono.