O orgulho, padre Fernando, tem impedido tantas empresas quanto a covardia, digamos. E a covardia Ă© pelo menos um defeito humano. NĂŁo Ă©, como o orgulho, o primeiro pecado capital. Quando vocĂŞ fala me parece ouvir algum atleta que antes de competir com quem quer que fosse precisasse tornar-se o homem mais forte e destro do mundo inteiro.
Passagens sobre Capital
69 resultadosO capital expande-se Ă medida que se restringe a capacidade de usufruĂ-lo.
O capital em si nĂŁo Ă© mau, mas o mau uso dele transforma-o num mal.
No que concerne a gozos, a amizade vive dos rendimentos, o amor come o capital.
O pecado capital da fé reside no fato de preceder a vivência.
Consumismo Cego
A nossa vida Ă© influenciada em grande medida pelos jornais. A publicidade Ă© feita unicamente no interesse dos produtores e nunca dos consumidores. Por exemplo, convenceu-se o pĂşblico de que o pĂŁo branco Ă© superior ao pĂŁo escuro. A farinha, cada vez mais finamente peneirada, foi privada dos seus princĂpios mais Ăşteis. Mas conserva-se melhor e o pĂŁo faz-se mais facilmente. Os moleiros e os padeiros ganham mais dinheiro. Os consumidores comem, sem o saber, um produto inferior. E em todos os paĂses em que o pĂŁo Ă© a parte principal da alimentação, as populações degeneram. Gastam-se enormes quantias na publicidade comercial. Assim, imensos produtos alimentares e farmacĂŞuticos inĂşteis, e muitas vezes prejudiciais, tornaram-se uma necessidade para os homens civilizados. Deste modo, a avidez dos indivĂduos suficientemente hábeis para orientar o gosto das massas populares para os produtos Ă venda desempenha um papel capital na nossa civilização.
Educar mal um homem Ă© dissipar capitais e preparar dores e perdas Ă sociedade.
As cidades nĂŁo sĂŁo pátrias. É na provĂncia que se encontra o carácter e a mĂstica duma nação, e os grandes escritores deixam-se amarrar ao espĂrito das terras nulas e sensatas a que extraem um brilho que a pedra polida da capital nĂŁo tem.
Rodopio
Volteiam dentro de mim,
Em rodopio, em novelos,
Milagres, uivos, castelos,
Forcas de luz, pesadelos,
Altas tĂ´rres de marfim.Ascendem hĂ©lices, rastros…
Mais longe coam-me sois;
Há promontórios, farois,
Upam-se estátuas de herois,
Ondeiam lanças e mastros.Zebram-se armadas de côr,
Singram cortejos de luz,
Ruem-se braços de cruz,
E um espelho reproduz,
Em treva, todo o esplendor…Cristais retinem de mĂŞdo,
Precipitam-se estilhaços,
Chovem garras, manchas, laços…
Planos, quebras e espaços
Vertiginam em segrĂŞdo.Luas de oiro se embebedam,
Rainhas desfolham lirios;
Contorcionam-se cĂrios,
Enclavinham-se delĂrios.
Listas de som enveredam…Virgulam-se aspas em vozes,
Letras de fogo e punhais;
Há missas e bacanais,
Execuções capitais,
Regressos, apoteoses.Silvam madeixas ondeantes,
Pungem lábios esmagados,
Há corpos emmaranhados,
Seios mordidos, golfados,
Sexos mortos de anseantes…(Há incenso de esponsais,
Há mãos brancas e sagradas,
Há velhas cartas rasgadas,
Há pobres coisas guardadas –
Um lenço, fitas, dedais…)Há elmos, trofĂ©us, mortalhas,
Emanações fugidias,