Choro De Vagas
NĂŁo Ă© de ĂĄguas apenas e de ventos,
No rude som, formada a voz do Oceano.
Em seu clamor – ouço um clamor humano;
Em seu lamento – todos os lamentos.SĂŁo de nĂĄufragos mil estes acentos,
Estes gemidos, este aiar insano;
Agarrados a um mastro, ou tĂĄbua, ou pano,
Vejo-os varridos de tufÔes violentos;Vejo-os na escuridão da noite, aflitos,
Bracejando ou jå mortos e de bruços,
Largados das marĂ©s, em ermas plagas…Ah! que sĂŁo deles estes surdos gritos,
Este rumor de preces e soluços
E o choro de saudades destas vagas!