Faz de conta que ela não estava chorando por dentro, pois agora, mansamente, embora de olhos secos, o coração estava molhado.
Frases de Clarice Lispector
1187 resultadosRefugio-me nas rosas, nas palavras. Pobre consolação. Estou inflacionada. Não valho nada.
Bom, agora eu morri… Mas vamos ver se eu renasço de novo. Por enquanto eu estou morta.
Quando de noite ele me chamar para a atração do inferno, irei. Desço como um gato pelos telhados. Ninguém sabe, ninguém vê. Só os cães ladram pressentindo o sobrenatural.
Para te escrever eu antes me perfumo toda. Eu te conheço todo por te viver toda. Em mim é profunda a vida. As madrugadas vêm me encontrar pálida de ter vivido a noite dos sonhos fundos. Embora às vezes eu sobrenade num raso aparente que tem debaixo de si uma profundidade de azul-escuro quase negro. Por isso te escrevo. Por sopro das grossas algas e no tenro nascente do amor.
E eu não aguento a resignação. Ah, como devoro com fome e prazer a revolta.
Sempre conservei uma aspa à esquerda e à direita de mim.
Ser feliz é uma responsabilidade tão grande…
O que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão.
Quanto a mim mesma, sempre conservei uma aspa à esquerda e outra à direita de mim.
Não me prendo a nada que me defina. Serei o que você quiser, mas só quando EU quiser.
Ser livre é seguir-se afinal. (Perto do Coração Selvagem)
Algo está sempre por acontecer. O imprevisto me fascina.
Minha coragem foi a de um sonâmbulo, que simplesmente vai…
Quando eu morrer então nunca terei nascido e vivido: a morte apaga os traços de espuma do mar na praia.
Tudo o que não sei é a minha parte maior e melhor: é a minha largueza. É com ela que eu compreenderia tudo. Tudo o que não sei é que constitui a minha verdade.
Refugiei-me na doideira porque a razão não me bastava.
Você as vezes não estranha de ser você?
A verdade é o resíduo final de todas as coisas e no meu inconsciente está a verdade que é a mesma do mundo.
Escrever pode tornar a pessoa louca. Ela tem que levar uma vida pacata, bem acomodada, bem burguesa. Senão a loucura vem. É perigoso. É preciso calar a boca e nada contar sobre o que se sabe e o que se sabe é tanto, e é tão glorioso.