Frases de Florbela Espanca

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Frases de Florbela Espanca. Conheça este e outros autores famosos em Poetris.

A ociosidade é a mãe da maledicência, da calúnia e da intriga, coisas a que eu já não sei se hei-de chamar vícios se virtudes, tão habituada estou a vê-los morar em lábios tidos como santos por este mundo que é com certeza o melhor dos mundos possíveis e imagináveis.

Eu só sei falar dentro de quatro paredes e um telhado; ao ar livre, principalmente em frente ao mar, sou Guilherme, o Taciturno.

É bem verdade
Que a tragédia infinita é a Saudade!
Que a tragédia infinita é Nunca Mais!

Que bom que deve ser, longe desta banalidade trágica, pensar nas terras de Portugal! Eu creio que Portugal só pode gramar-se assim: longe dele, nas saudades.

Não ligo assim uma importância por aí além a esta coisa complicadíssima a que se chama vida, quer ela decorra no meio de fantásticas alegrias, quer se arraste por entre as mágoas e os desalentos que são, afinal de contas, o pão de cada dia de quase todos nós.

Não há maior tristeza que a gente ver-se longe daquele que para nós é tudo ou mais que tudo; é um aborrecimento de todas as horas que coisa alguma faz desaparecer.

Não me digas adeus, ó sombra amiga, abranda mais o ritmo dos teus passos; sente o perfume da paixão antiga dos nossos bons e cândidos abraços! Não vás ainda embora, ó sombra amiga!

Muitas vezes as nossas mais delicadas atenções, as nossas maiores provas de amor, os nossos cuidados são como aquelas pérolas que um dia alguém atirou a uns porcos…

Sou talvez uma banal menina nervosa, ou uma simples “détraquée” que tem contas com a medicina (…) Talvez… Não temos então o direito de gritar a nossa dor, o nosso desespero, o nosso tédio, porquê? Eu não disse nada disto fosse a quem fosse; tudo isto eu gritei para mim só. Publiquei o meu livro para fazer a vontade a meu pai e a outras pessoas que me pediram a publicação dos versos que eu nunca pensei em divulgar…

As almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada, que seja minha noite uma alvorada, que eu saiba me perder para me encontrar…

De tentação em tentação, de fraqueza em fraqueza, os compromissos de consciência levam um homem honrado à prática de todos os crimes…

Ó minha vã, inútil mocidade, trazes-me embriagada, entontecida!… Duns beijos que me deste noutra vida, trago em meus lábios roxos a saudade!