Todos Pensam de Forma Diferente, e Muitas Vezes Efémera
Cada indivíduo vê o mundo – e o que este tem de acabado, de regular, de complexo e de perfeito – como se se tratasse apenas de um elemento da Natureza a partir do qual tivesse que constituir um outro mundo, particular, adaptado às suas necessidades. Os homens mais capazes tomam-no sem hesitações e procuram na medida do possível comportar-se de acordo com ele. Há outros que não se conseguem decidir e que ficam parados a olhar para ele. E há ainda os que chegam ao ponto de duvidar da existência do mundo.
Se alguém se sentisse tocado por esta verdade fundamental, nunca mais entraria em disputas e passaria a considerar, quer as representações que os outros possam fazer das coisas, quer a sua, como meros fenómenos. Porque de facto verificamos quase todos os dias que aquilo que um indivíduo consegue pensar com toda a facilidade pode ser impossível de pensar para um outro. E não apenas em relação a questões que tivessem uma qualquer influência no bem estar ou no sofrimento das pessoas, mas também a propósito de assuntos que nos são totalmente indiferentes.
Passagens de Johann Wolfgang von Goethe
478 resultadosA primeira e última coisa requerida do gênio é o amor à verdade.
Teorias Precipitadas
É vulgar uma teoria ser resultado da precipitação de um entendimento impaciente que, desejoso de se ver livre dos fenómenos, os substitui por imagens, conceitos, ou com frequência por meras palavras. Pressente-se, e por vezes vê-se até com clareza, que se trata apenas de expedientes. Mas não é sabido que a paixão e o partidarismo se deixam atrair pelos expedientes? E com toda a razão, porque tanta falta lhes fazem.
(…) Avançar precipitadamente para o fim a alcançar, sem reflectir sobre os meios. Como se, para poder ajudar tão cedo quanto possível uma cirança de berço, lhe quiséssemos matar o pai.
Se atentarmos em certos problemas de Aristóteles ficamos supreendidos com o dom de observação e com a imensidade de coisas que não escapavam ao olhar dos gregos. E contudo cometiam o erro da precipitação, já que saltavam imediatamente dos fenómenos para a explicação, de onde resultaram formulações teoréticas totalmente inadequadas. Trata-se todavia de um erro geral que ainda hoje continua a ser cometido.
Este desejo de elevar o mais possível a pirâmide da minha existência, cuja base me foi dada e me domina, ultrapassa qualquer outro e mal me permite um instante de esquecimento.
Se você pensa que pode ou sonha que pode, comece. Ousadia tem genialidade, poder e mágica. Ouse fazer e o poder lhe será dado.
Fiz a minha casa sobre o nada; por isso, o Mundo inteiro é meu.
O homem que age não tem escrúpulos; só é escrupuloso o contemplativo.
A natureza do amor tem sempre algo de impertinente.
De que vale o eterno criar, se a criação em nada acabar?
O homem julga-se sempre mais do que é, e estima-se em menos do que vale.
Numa situação difícil, quando nada mais fizer sentido para você, ouça o seu coração, ele lhe mostrará o caminho.
Quem convive muito com crianças descobre que nenhuma acção externa sobre elas permanece sem uma acção recíproca.
Nossos sentidos não nos enganam. O que nos engana é o nosso julgamento.
É feliz apenas aquele que dá.
A alma humana é como a água: ela vem do Céu e volta para o Céu, e depois retorna à Terra, num eterno ir e vir.
No topo do mundo, ou nas profundezas do desespero.
Quem tem bastante no seu interior, pouco precisa de fora.
Ninguém é mais escravo do que aquele que se julga livre sem o ser.
O Paradoxo do Outro
Há uma grande diferença entre viver com alguém e viver em alguém. Pessoas há em quem somos capazes de viver sem que consigamos viver com elas. E há os casos inversos. Só uma extrema pureza do amor e da amizade está em condições de juntar as duas coisas.
O homem só pode viver com os que se lhe assemelham. E ao mesmo tempo não pode viver com eles, porque não suporta que alguém se lhe assemelhe eternamente.
Quando duas pessoas estão inteiramente satisfeitas uma com a outra, podemos ter quase sempre a certeza de que estão ambas enganadas.
Nada mais assustador que a ignorância em ação.