O evangelista Lucas conta que Nossa Senhora e S. José, segundo a Lei de Moisés, levaram o Menino ao templo para o oferecerem ao Senhor e que dois anciãos, Simeão e Ana, movidos pelo Espírito Santo, foram ao seu encontro e reconheceram em Jesus o Messias. Jesus faz verdadeiramente que as gerações se encontrem e unam!
Passagens sobre Santos
244 resultadosSe há segredo que caracteriza os santos, é que são verdadeiramente felizes. Descobriram o segredo da felicidade autêntica, que habita o fundo da alma e tem a sua nascente no amor de Deus. Por isso chamamos beatos aos santos.
Tudo O Que É Puro, Santo E Resplendente
Tudo o que é puro, santo e resplendente,
N’este mundo cruel de desenganos,
Toda a ventura dos primeiros anos
N’um’alma que desabrocha sorridente;Tudo o que ainda vemos de potente
Na vastidão sem fim dos oceanos,
E da terra nos prantos soberanos
Trazidos pela aurora refulgente;Tudo o que desce do infinito ousado:
O sol, a brisa, o orvalho prateado,
A luz do amor, do bem, das esperanças;Tudo, afinal, que vem do Céu dourado
A despertar o coração magoado,
– Deus encerrou nos olhos das crianças!
Os sete dons do Espírito Santo são: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. O primeiro dom é, portanto, a sabedoria. Mas não se trata simplesmente da sabedoria humana, que é fruto do conhecimento e da experiência. A sabedoria divina é a graça de poder ver todas as coisas com os olhos de Deus.
Há uma relação muito estreita entre o dom da piedade e a mansidão. O dom da piedade que nos dá o Espírito Santo faz-nos mansos, faz-nos tranquilos, pacientes, em paz com Deus, ao serviço dos outros com mansidão.
Em virtude do Espírito Santo, o Batismo imerge-nos na morte e ressurreição do Senhor, afogando na pia batismal o homem velho, dominado pelo pecado que o separa de Deus, e fazendo com que nasça o homem novo, recriado em Jesus.
Recordo que, uma vez, quando era pároco, durante a missa das crianças, no dia de Pentecostes, fiz esta pergunta: «Quem sabe quem é o Espírito Santo?» E todas as crianças levantaram a mão. Uma delas respondeu: «O paralítico!» Tinha ouvido «Paráclito» e tinha percebido «paralítico»! É assim: o Espírito Santo é sempre um pouco o desconhecido da nossa fé.
Sem a força do Espírito Santo não podemos fazer nada: é o Espírito que nos dá força para seguir em frente. Assim como toda a vida de Jesus foi animada pelo Espírito, assim também a vida da Igreja e de cada um dos seus membros é guiada pelo mesmo Espírito.
O dom do temor de Deus conclui a série dos sete dons do Espírito Santo. Não significa ter medo de Deus: saibamos bem que Deus é Pai e que nos ama e quer a nossa salvação e perdoa sempre, sempre; por isso não há razões para ter medo d’Ele! O temor de Deus é o dom que nos recorda de como somos pequenos diante de Deus e do Seu amor e que o nosso bem está em abandonar-nos a Ele com humildade.
O segundo dom do Espírito Santo é a inteligência. Nãos se trata aqui da inteligência humana, da capacidade intelectual de que possamos ser mais ou menos dotados. É, pelo contrário, uma graça que só o Espírito Santo pode infundir e que suscita a capacidade de ir além do aspeto externo da realidade e de sondar a profundidade do pensamento de Deus.
Na noite de Pentecostes, a «respiração» do Cristo Ressuscitado enche de vida os pulmões da Igreja; e, com efeito, as bocas dos discípulos, «cheios o Espírito Santo» (Atos dos Apóstolos 2: 1-11), abrem-se para proclamar a todos as grandes obrar de Deus.
Alma Mater
Alma da Dor, do Amor e da Bondade,
Alma purificada no Infinito,
Perdão santo de tudo o que é maldito,
Harpa consoladora da Saudade!Das estrelas serena virgindade,
Alma sem um soluço e sem um grito,
Da alta Resignação, da alta Piedade!
Tu, que as profundas lágrimas estancasE sabes levantar Imagens brancas
No silencio e na sombra mais velada…Derrama os lírios, os teus lírios castos,
Em Jordões imortais, vastos e vastos,
No fundo da minh’alma lacerada!
Errante
Meu coração da cor dos rubros vinhos
Rasga a mortalha do meu peito brando
E vai fugindo, e tonto vai andando
A perder-se nas brumas dos caminhos.Meu coração o místico profeta,
O paladino audaz da desventura,
Que sonha ser um santo e um poeta,
Vai procurar o Paço da Ventura…Meu coração não chega lá decerto…
Não conhece o caminho nem o trilho,
Nem há memória desse sítio incerto…Eu tecerei uns sonhos irreais…
Como essa mãe que viu partir o filho,
Como esse filho que não voltou mais!
Nós podemos passar nossa vida deixando o mundo nos dizem quem somos. Sãos ou insanos. Santos ou viciados em sexo. Heróis ou vítimas. Podemos deixar a história contar quão bons ou ruins nós somos. Deixar nosso passado decidir o nosso futuro. Ou podemos decidir por nós mesmos. E talvez seja esse o nosso trabalho, inventar algo melhor.
Hino à Dor
Sorri com mais doçura a boca de quem sofre,
Embora amargue o fel que os seus lábios beberam;
É mais ardente o olhar onde, como um aljofre,
A Dor se condensou e as lágrimas correram.Soa, como se um beijo ou uma carícia fosse,
A voz que a soluçar na Desgraça aprendeu;
E não há para nós consolação mais doce
Que o regaço de quem muito amou e sofreu.Voz, que jamais vibrou num soluço de mágoa,
Ao nosso coração nunca pode chegar…
Mas o pranto, ao cair duns olhos rasos de água,
Torna mais penetrante e mais profundo o olhar.Lábio, que só bebeu na fonte da Alegria,
É frio, como o olhar de quem nunca chorou;
A Bondade é uma flor que se alimenta e cria
Dos resíduos que a Dor no coração deixou.Em tudo quanto existe o Sofrimento imprime
Uma augusta expressão… mesmo a Suprema Graça,
Dando aos versos do Poeta esse esmalte sublime
Que torna imorredoira a Inspiração que passa.É por isso que a Dor, sem trégua nem guarida,
Escolher a Felicidade
Nem paz nem felicidade se recebem dos outros nem aos outros se dão. Está-se aqui tão sozinho como no nascer e no morrer; como de um modo geral no viver, em que a única companhia possível é a daquele Deus a um tempo imanente e transcendente e a dos que neles estão, a de seus santos. Felicidade ou paz nós as construímos ou destruímos: aqui o nosso livre-arbítrio supera a fatalidade do mundo físico e do mundo do proceder e toda a experiência que vamos fazendo, negativa mesmo para todos, a podemos transformar em positiva. Para o fazermos, se exige pouco, mas um pouco que é na realidade extremamente difícil e que não atingiremos nunca por nossas próprias forças: exige-se de nós, primacialmente, a humildade; a gratidão pelo que vem, como a de um ginasta pelo seu aparelho de exercício; a firmeza e a serenidade do capitão de navio em sua ponte, sabendo que o ata ao leme não a vontade de um rei, como nos Descobrimentos, mas a vontade de um rei de reis, revelada num servidor de servidores; finalmente, o entregar-se como uma criança a quem sabe o caminho. De qualquer forma, no fundo de tudo, o que há é um acto de decisão individual,
In Memoriam
Ao meu morto querido
Na cidade de Assis, “il Poverello”
santo, três vezes santo, andou pregando
Que o Sol, a Terra, a flor, o rocio brando,
Da pobreza o tristíssimo flagelo,Tudo quanto há de vil, quanto há de belo,
Tudo era nosso irmão! — E assim sonhando,
Pelas estradas da Umbra foi forjando
Da cadeia do amor o maior elo!“Olha o nosso irmão Sol, nossa irmã Água…”
Ah! Poverello! Em mim, essa lição
Perdeu-se como vela em mar de mágoaBatida por furiosos vendavais!
— Eu fui na vida a irmã de um só Irmão,
E já não sou a irmã de ninguém mais!
A Inveja não tem Passado
Ainda não tendes advertido, que a inveja faz grande diferença dos mortos aos vivos, e dos presentes aos passados? Os olhos da inveja são como os do Sacerdote Heli, dos quais diz o Texto sagrado, que não podiam ver a luz do Templo, senão depois que se apagava: Oculi ejus caligaverant, nec poterat videre lucernam Dei, antequam extingueretur. Enquanto as luzes são vivas, cada reflexo delas é um raio, que cega os olhos da inveja: porém depois que elas se apagaram, e muito mais se se metem largos anos em meio, então abre a inveja, como ave nocturna, os olhos; então vê o que não podia ver: então venera e celebra essas mesmas luzes, e levanta sobre as Estrelas seus resplendores. Por isso disse com grande juízo S. Zeno Veronense, que todo o invejoso é inimigo dos presentes, e amigo dos passados: In omnibus se inimicum praesentium servat, amicum vero pereuntium. Os mesmos que agora amam, e veneram tanto a Santo António, se viveram em seu tempo, o haviam de aborrecer e perseguir; e as mesmas maravilhas, que tanto celebram e encarecem, se foram obradas na sua Pátria, as haviam de escurecer e aniquilar.
Chuva De Ouro
A Rainha desceu do Capitólio
Agora mesmo — vede-lhe o regaço…
Como tem flores, como traz o braço
Farto de jóias, como pisa o sólioTriunfantemente, numa unção, num óleo
Mais santo e doce que essa luz do espaço…
E como desce com bravura de aço…
Pois se a Rainha, como um rico espólio,O seu brioso coração foi dando
Aos pobrezinhos, que inda estão gozando
Bênçãos mais puras qu’os clarões diurnos,Por certo que há de vir descendo a escada
Do Capitólio da virtude — olhada
Pelos Albergues infantis, noturnos!
Um queria fazer de Jesus um sábio, outro, um filósofo, outro ainda, um patriota, outro, um homem de bem, outro, um moralista, outro, um santo. Não foi nada disso. Foi um encantador.