Sonetos sobre SacrifĂ­cio de Cruz e Souza

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Sonetos de sacrifĂ­cio de Cruz e Souza. Leia este e outros sonetos de Cruz e Souza em Poetris.

Enclausurada

Ă“ Monja dos estranhos sacrifĂ­cios,
Meu amor imortal, Ave de garras
E asas gloriosas, triunfais, bizarras,
Alquebradas ao peso dos cilĂ­cios.

Reclusa flor que os mais revéis flagícios
Abalaram com as trágicas fanfarras,
Quando em formas exĂłticas de jarras
Teu corpo tinha a embriaguez dos vĂ­cios.

Para onde foste, ó graça das mulheres,
Graça viçosa dos vergéis de Ceres
Sem que o meu pensamento te persiga?!

Por onde eternamente enclausuraste
Aquela ideal delicadeza de haste,
De esbelta e fina ateniense antiga?!

Divina

Eu não busco saber o inevitável
Das espirais da tua vi matéria.
Não quero cogitar da paz funérea
Que envolve todo o ser inconsolável.

Bem sei que no teu circulo maleável
De vida transitória e mágoa seria
Há manchas dessa orgânica miséria
Do mundo contingente , imponderável .

Mas o que eu amo no teu ser obscuro
E o evangélico mistério puro
Do sacrifĂ­cio que te torna heroĂ­na.

SĂŁo certos raios da tu’alma ansiosa
E certa luz misericordiosa,
E certa auréola que te fez divina!