Absurdo

Ninguém te disse nada, ninguém soube
do anel que se perdia em tuas mĂŁos
e crescia nas coisas reduzindo-as
Ă  ausĂȘncia mais completa do existir.

Mesmo quando o limite era essa zona
fugidia de gestos e silĂȘncios
e a noite desdobrava em tua pele
o mapa das cidades compassivas,

ninguém pÎde saber do imprevisível,
do lado mais secreto e numeroso
que havia em ti, na vida que buscavas

e que perdias sempre, por mais fundo,
por mais limpo que fosse o privilégio
da mĂĄgoa sempre nova de perdĂȘ-la.