Passagens sobre Humildes

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Quando alguém começa a escrever um livro, especialmente um romance, mesmo a pessoa mais humilde do mundo espera tornar-se um Homero.

Escrava

Ó meu Deus, ó meu dono, ó meu senhor,
Eu te saĂșdo, olhar do meu olhar,
Fala da minha boca a palpitar,
Gesto das minhas mĂŁos tontas de amor!

Que te seja propĂ­cio o astro e a flor,
Que a teus pés se incline a Terra e o Mar,
Plos séculos dos séculos sem par,
Ó meu Deus, ó meu dono, ó meu senhor!

Eu, doce e humilde escrava, te saĂșdo,
E, de mĂŁos postas, em sentida prece,
Canto teus olhos de oiro e de veludo.

Ah! esse verso imenso de ansiedade,
Esse verso de amor que te fizesse
Ser eterno por toda a eternidade!…

Anjo És

Anjo és tu, que esse poder
Jamais o teve mulher,
Jamais o hĂĄ-de ter em mim.
Anjo és, que me domina
Teu ser o meu ser sem fim;
Minha razĂŁo insolente
Ao teu capricho se inclina,
E minha alma forte, ardente,
Que nenhum jugo respeita,
Covardemente sujeita
Anda humilde a teu poder.
Anjo és tu, não és mulher.

Anjo és. Mas que anjo és tu?
Em tua fronte anuviada
NĂŁo vejo a c’roa nevada
Das alvas rosas do céu.
Em teu seio ardente e nu
Não vejo ondear o véu
Com que o sĂŽfrego pudor
Vela os mistĂ©rios d’amor.
Teus olhos tĂȘm negra a cor,
Cor de noite sem estrela;
A chama Ă© vivaz e Ă© bela,
Mas luz nĂŁo tĂȘm. – Que anjo Ă©s tu?
Em nome de quem vieste?
Paz ou guerra me trouxeste
De JeovĂĄ ou Belzebu?

NĂŁo respondes – e em teus braços
Com frenéticos abraços
Me tens apertado, estreito!…
Isto que me cai no peito
Que foi?… – LĂĄgrima? – Escaldou-me…
Queima,

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Seja humilde, pois, até o sol com toda sua grandeza se pÔe e deixa a lua brilhar.

Humilde Ă© a pessoa que nĂŁo afasta de si a crença do Infinito, a realidade das suas pequenas pegadas na vida – e nĂŁo aquela que se desmerece, que insulta o seu corpo e a sua alma, que se enfurece contra si mesma. Aceitar a sua humilhação Ă© consentir na humilhação do seu prĂłprio Deus.

Hino Ă  TolerĂąncia

JĂĄ serĂĄ grande a tua obra se tiveres conseguido levar a tolerĂąncia ao espĂ­rito dos que vivem em volta; tolerĂąncia que nĂŁo seja feita de indiferença, da cinzenta igualdade que o mundo apresenta aos olhos que nĂŁo vĂȘem e Ă s mĂŁos que nĂŁo agem; tolerĂąncia que, afirmando o que pensa, ainda nas horas mais perigosas, se coĂ­ba de eliminar o adversĂĄrio e tenha sempre presente a diferença das almas e dos hĂĄbitos; dar-lhe-ĂŁo, se quiserem, o tom da ironia, para si prĂłprios, para os outros; mas nĂŁo hĂŁo-de cair no cepticismo e no cĂłmodo sorriso superior; quando chegar o proceder, saberĂŁo o gosto da energia e das firmes atitudes. Mais a hĂŁo-de ter como vencedores do que como vencidos; a tolerĂąncia em face do que esmaga nĂŁo anda longe do temor; entĂŁo, antes os quero violentos que cobardes.
Mas tu mesmo, Marcos, com que direito és tolerante? Acaso te julgas possuidor da verdade? Em que trono te sentaram para que assim olhes de cima o resto dos humanos e todo o mundo em redor? Por que tão cedo te separas de compreender e de amar? Tens a pena do rico para o pobre, dås-lhe a esmola de lhe não fazer mal;

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Se uma rosa guardaste, no teu coração, Se a um Deus supremo e justo endereçastes Tua humilde oração, se com a taça erguida Contaste um dia o teu louvor à vida: Tu não viveste em vão!

O MĂĄgico Veneno

Um mover de olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quĂȘ; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;

Um despejo quieto e vergonhoso;
Um repouso gravĂ­ssimo e modesto;
Uma pura bondade, manifesto
IndĂ­cio da alma, limpo e gracioso;

Um encolhido ousar; uma brandura;
Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento;

Esta foi a celeste formosura
Da minha Circe, e o mĂĄgico veneno
Que pĂŽde transformar meu pensamento.

Sempre E Sempre

De longe ou perto, juntas, separadas,
Olhando sempre os mesmos horizontes,
Presas, unidas nossas duas fontes
GĂȘmeas, ardentes, novas, inspiradas;

Vendo cair as lĂĄgrimas prateadas,
Sentindo o coro harmĂŽnico das fontes,
Sempre fitando a cĂșspide dos montes
E o rosicler das frescas alvoradas;

Sempre embebendo os lĂ­mpidos olhares
Na claridĂŁo dos humildes luares,
No loiro sol das crenças se embebendo,

VĂŁo nossas almas brancas e floridas
Pelo futuro azul das nossas vidas,
Sempre se amando, sempre se querendo.

Fervet Amor

DĂĄ para a cerca a estreita e humilde cela
Dessa que os seus abandonou, trocando
O calor da famĂ­lia ameno e brando
Pelo claustro que o sangue esfria e gela.

Nos florÔes manuelinos da janela
Papeiam aves o seu ninho armando,
VĂȘem-se ao longe os trigos ondulando ..
Maio sorri na Pradaria bela.

Zumbe o inseto na flor do rosmaninho:
Nas giestas pousa a abelha ébria de gozo:
Zunem besouros e palpita o ninho.

E a freira cisma e cora, ao ver, ansioso,
Do seu catre virgĂ­neo sobre o linho
Um par de borboletas amoroso.