Flores Da Lua
Brancuras imortais da Lua Nova
Frios de nostalgia e sonolĂȘncia…
Sonhos brancos da Lua e viva essĂȘncia
Dos fantasmas noctĂvagos da Cova.Da noite a tarda e taciturna trova
Soluça, numa tremula dormĂȘncia…
Na mais branda, mais leve florescĂȘncia
Tudo em VisÔes e Imagens se renova.Mistérios virginais dormem no Espaço,
Dormem o sono das profundas seivas,
MonĂłtono, infinito, estranho e lasso…E das Origens na luxĂșria forte
Abrem nos astros, nas sidéreas leivas
Flores amargas do palor da Morte.
Passagens sobre LuxĂșria
38 resultadosA economia da Argentina sĂł cresce porque de noite os polĂticos e empresĂĄrios estĂŁo dormindo e nĂŁo podem roubar. E enquanto isso, Ă noite o trigo cresce e a vacas fornicam com luxĂșria.
SĂĄtira
Besta e mais besta! O positivo Ă© nada…
(Perdoa, se em gramĂĄtica te falo,
Arte que ignoras, como ignoras tudo.)
Besta e mais besta! Na palavra embirro;
Que a besta anexa ao mais teu ser define.DĂĄs-me louvor servil na voz do prelo,
Grande me crĂȘs, proclamas-me famoso,
Excelso, transcendente, incomparĂĄvel,
Confessas que d’Elmano a fĂșria temes…
E, débil estorninho, åguias provocas,
Aves de Jove, que o corisco empunham!Ăs de rĂĄbula vil corrupta imagem;
Tu vendes o louvor, como ele as partes,
Mas ele na enxovia infĂąmias paga,
E tu, com tĂșstios, que aos caloiros pilhas,
Compras gravatas, em que a tromba enorme
Sumas ao dia, que de a ver se embrusca,
Qual em tenra mĂŁozinha esconde a face
Mimoso infante de papÔes vexado.
Ătil descuido aos cĂĄrceres te furta,
à digna habitação de ti saudosa
(Digo, o Castelo), estĂąncia equivalente
Aos méritos morais, que em ti reluzem.De saloios vinténs laråpio sujo,
A glĂłria do teu Ăłdio restitui
A quem no teu louvor desacreditas.
Se honrada pelos sĂĄbios d’Ulisseia
(D’Ulisseia nĂŁo sĂł,
Dia de Natal
Hoje Ă© dia de ser bom.
à dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
Ă dia de pensar nos outros â coitadinhos â nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que nĂŁo merecem,
de meditar sobre a nossa existĂȘncia, tĂŁo efĂ©mera e tĂŁo sĂ©ria.Comove tanta fraternidade universal.
Ă sĂł abrir o rĂĄdio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa excelĂȘncia verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?)
NĂŁo seja estĂșpido! Compre imediatamente um relĂłgio de pulso antimagnĂ©tico.)
Torna-se difĂcil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente acotovela,
O Novo Conhecimento
Quando fazemos amor com uma nova mulher, vimo-nos por causa da paixĂŁo. Quando fazemos amor com uma esposa, vimo-nos por causa da fricção. A paixĂŁo Ă© luxĂșria idolatrada pelo frĂ©mito. O frĂ©mito no casamento Ă© reduzido a cinzas, e o que resta Ă© uma luxĂșria insignificante, uma contribuição inevitĂĄvel Ă fisiologia.
Só depois do meu casamento é que eu percebi até que ponto a paixão é espiritual. A alma perde o frémito, que só se obtém através da novidade. Lutar pela novidade é o mesmo que lutar pelo conhecimento, acerca do qual Deus nos advertiu. Se o conhecimento é pecaminoso, então tudo o que é novo é pecaminoso. à por isso que a força dos laços familiares se baseia na tradição e no costume antigo. A intrusão da novidade, do novo conhecimento no casamento, só o destrói. Cada adultério é uma renovação do pecado do conhecimento.
No casamento, a espiritualidade do frémito pela nossa mulher não desaparece, transforma-se em filhos, transforma-se na alma da criança. Talvez seja por isso que a Igreja Católica, embora ciente de que o frémito desaparece no casamento, considera a cópula pecaminosa se não tiver o objecitvo de engravidar. Esta proibição prolonga a vida da paixão,
DemĂŽnios
A lĂngua vil, ignĂvoma, purpĂșrea
Dos pecados mortais bava e braveja,
Com os seres impoluĂdos mercadeja,
Mordendo-os fundo injĂșria por injĂșria.Ă um grito infernal de atroz luxĂșria,
Dor de danados, dor do Caos que almeja
A toda alma serena que viceja,
SĂł fĂșria, fĂșria, fĂșria, fĂșria, fĂșria!SĂŁo pecados mortais feitos hirsutos
DemĂŽnios maus que os venenosos frutos
Morderam com volĂșpia de quem ama…Vermes da Inveja, a lesma verde e oleosa,
AnÔes da Dor torcida e cancerosa,
Abortos de almas a sangrar na lama!
NĂŁo hĂĄ Casamento com LuxĂșria
No casamento a revitalização da luxĂșria sĂł pode ser conseguida enfraquecendo e destruindo os seus laços. Quero dizer, amantes. Ă por isso que a luxĂșria se torna um pecado, pois estĂĄ destinada a morrer, e se ainda se acende isso sĂł acontece por causa das mulheres fora do casamento. Ă assim que chegamos Ă ideia original de pecado quando a luxĂșria Ă© a inimiga do amor. A cĂłpula entre marido e mulher nĂŁo Ă© pecaminosa porque Ă© feita sem luxĂșria. Todos os casos extraconjugais sĂŁo luxuriosos e por isso pecaminosos. Assim, todas as tentativas de reavivar a luxĂșria no casamento sĂŁo mĂĄs, incluindo o afastamento.
Porque reacender a luxĂșria por um curto perĂodo ameaça um casamento, sujeitando a esposa Ă tentação de adultĂ©rio na separação. O casamento foi criado para destruir a paixĂŁo embora a princĂpio atraia com paixĂŁo. Calcar a paixĂŁo com a paixĂŁo.
O casamento seduz com a legitimidade e com a disponibilidade da luxĂșria. Ao fazermos o juramento de fidelidade, nĂŁo suspeitamos que estamos tambĂ©m a renunciar Ă luxĂșria. O casamento foi criado para distrair as pessoas da luxĂșria com a ajuda da luxĂșria. Por isso, para bem de um casamento forte, tem se aguentar o seu desaparecimento.
A vaidade Ă© irmĂŁ da beleza e a luxĂșria Ă© sua filha.
Dança Do Ventre
Torva, febril, torcicolosamente,
Numa espiral de elétricos volteios,
Na cabeça, nos olhos e nos seios
FluĂam-lhe os venenos da serpente.Ah! que agonia tenebrosa e ardente!
Que convulsĂ”es, que lĂșbricos anseios,
Quanta volĂșpia e quantos bamboleios,
Que brusco e horrĂvel sensualismo quente.O ventre, em pinchos, empinava todo
Como reptil abjecto sobre o lodo,
Espolinhando e retorcido em fĂșria.Era a dança macabra e multiforme
De um verme estranho, colossal, enorme,
Do demĂŽnio sangrento da luxĂșria!
Afra
Ressurges dos mistĂ©rios da luxĂșria,
Afra, tentada pelos verdes pomos,
Entre os silfos magnéticos e os gnomos
Maravilhosos da paixĂŁo purpĂșrea.Carne explosiva em pĂłlvoras e fĂșria
De desejos pagĂŁos, por entre assomos
Da virgindade–casquinantes momos
Rindo da carne jĂĄ votada a incĂșria.Votada cedo ao lĂąnguido abandono,
Aos mĂłrbidos delĂquios como ao sono,
Do gozo haurindo os venenosos sucos.Sonho-te a deusa das lascivas pompas,
A proclamar, impĂĄvida, por trompas,
Amores mais estéreis que os eunucos!
A mancha do adultĂ©rio em mim se alastra. Trago no sangue o crime da luxĂșria, pois se ambos somos um, e prevaricas, na carne trago todo o teu veneno, por teu contĂĄgio me tornando impura.
MĂșmia
MĂșmia de sangue e lama e terra e treva,
PodridĂŁo feita deusa de granito,
Que surges dos mistérios do Infinito
Amamentada na lascĂvia de Eva.Tua boca voraz se farta e ceva
Na carne e espalhas o terror maldito,
O grito humano, o doloroso grito
Que um vento estranho para és limbos leva.Båratros, criptas, dédalos atrozes
Escancaram-se aos tétricos, ferozes
Uivos tremendos com luxĂșria e cio…Ris a punhais de frĂgidos sarcasmos
E deve dar congélidos espasmos
O teu beijo de pedra horrendo e frio!…
A luxĂșria Ă© como a avareza: quantos mais tesouros tem, mais sĂŽfrega se torna.
A Ira nĂŁo Escolhe Idade nem Estatuto Social
A ira nĂŁo escolhe idade nem estatuto social. Algumas pessoas, graças Ă sua indigĂȘncia, nĂŁo conhecem a luxĂșria; outros, porque tĂȘm uma vida movimentada e errante, escapam Ă preguiça; aqueles que tĂȘm modos rudes e uma vida rĂșstica desconhecem as prisĂ”es, as fraudes e todos os males da cidade: mas ninguĂ©m estĂĄ livre da ira, tĂŁo poderosa entre os Gregos como entre os bĂĄrbaros, tĂŁo funesta entre aqueles que temem as leis como entre aqueles que se regem pela lei da força. Assim, se outras afecçÔes atacam os indivĂduos, a ira Ă© a Ășnica afecção que, por vezes, se apodera de um povo inteiro. Nunca um povo inteiro ardeu de amor por uma mulher, nem uma cidade inteira depositou toda a sua esperança no dinheiro e no lucro; a ambição apossa-se de indivĂduos, a imoderação nĂŁo Ă© um mal pĂșblico.
Por vezes, uma multidĂŁo inteira Ă© conduzida Ă ira: homens e mulheres, velhos e novos, os principais cidadĂŁos e o vulgo sĂŁo unĂąnimes, e toda a multidĂŁo agitada por algumas palavras sobrepĂ”e-se ao prĂłprio agitador: corre a pegar em armas e tochas e declara guerra ao seu vizinho e fĂĄ-la contra os seus concidadĂŁos; casas inteiras sĂŁo queimadas com toda a famĂlia e aquele cuja eloquĂȘncia lhe granjeara muitos benefĂcios Ă© eliminado pela ira que as suas palavras geraram;
Serpente De Cabelos
A tua trança negra e desmanchada
Por sobre o corpo nu, torso inteiriço,
Claro, radiante de esplendor e viço,
Ah! lembra a noite de astros apagada.LuxĂșria deslumbrante e aveludada
Através desse mårmore maciço
Da carne, o meu olhar nela espreguiço
Felinamente, nessa trance ondeada.E fico absorto, num torpor de coma,
Na sensação narcótica do aroma,
Dentre a vertigem tĂșrbida dos zeros.Ăs a origem do Mal, Ă©s a nervosa
Serpente tentadora e tenebrosa,
Tenebrosa serpente de cabelos!…
A luxĂșria Ă© como a avareza: aumenta a sua prĂłpria sede com a aquisição de tesouros.
Devemos ler para oferecer Ă nossa alma a oportunidade de luxĂșria.
Ă o elemento sujo que outorga prazer ao acto de luxĂșria e, quanto mais sujo, mais prazenteiro se torna.